Meu pai e as 29 cartas de dezembro. Dia 21 de dezembro.
Que coisa, meu Pai, está chegando o momento da última carta.
Tudo fará sentido depois da vigésima nona carta.
Vou fazer um especial, pai, sobre minha infância ao seu lado, nessa reta final.
Recordo como se fosse agora, o senhor chegava em casa cansado de mais um dia de trabalho, me pedia, para colocar aquele lp vinil, com suas canções preferidas, Rolando Boldrim, Sergio Reis, Roberta Miranda, Bang Bang a italiana eram muitas canções, na época, ficava torcendo para acabarem logo, hoje, isto me faz muita falta.
Lembro que o senhor e eu, o senhor como locutor com uma voz de timbre imponente e energica e eu como sonoplasta, juntos nesta parceria, gravamos numa fita K 7 um lindo poema de improviso, chamado: Bom dia natureza, com o som de fundo de uma orquestra sinfonica.
Lembro todos os dias pela manhã, o senhor ouvindo o programa de Geraldo Freire e a noite, que o senhor trânsitava entre emissoras da TV em busca de Jornal.
Lembro de suas lindas mensagens na rádio e o locutor falava, com a palavra o pastor Jonas.
É pai, preciso relatar essa nossa rotina, tão rica de boas histórias. Te amo pai e as cartas vão continuar.