"Bença, Papai."
Papai:
Faz tanto tempo que não nos vemos, sinto tanta saudade, e, a 'distância' que nos separa me encoraja a dizer algumas coisas que sinto, e que, quando estávamos perto não consegui lhe dizer.
Dizer que lhe amo, coisa que com certeza nunca lhe disse.
Dizer que sei o quanto fez por mim, e o quanto se sacrificou para tal.
Dizer que, só depois do nascimento de seu primeiro neto, meu filho, pude compreender o quanto você me amou.
Pai, a 'distancia' que nos separa é muito grande, e, sinceramente, não sei se ainda nos veremos. Gostaria de acreditar nisso, mas, infelizmente meu lado prático diz que não.
Hoje, com o advento dessa tecnologia, a comunicação global fica muito mais fácil, mas eu prefiro uma carta. Porquê? Não sei bem, mas acho que a tecnologia não está tão avançada assim.
Prefiro confiar nesse velho 'correio', ou melhor, me dar essa chance, pois, 'vai que' esse 'correio' funcione e você a receba.
Fico imaginando o momento que o Senhor estiver lendo essas minhas palavras... Como eu gostaria que o Senhor as recebesse!
Pai... tenho certeza que não preciso lhe pedir perdão pelo que deixei de lhe fazer quando estávamos perto, pois sei que o Senhor automaticamente me perdoaria qualquer falha, tamanha sua grandeza.
1993!
Fazem 24 anos que o Senhor partiu...
Como eu gostaria que o Senhor pudesse 'ler essa carta'!
"Bença, Papai."