Meu pai e as 29 cartas de dezembro. Dia 7 de dezembro.

Bom dia, Pai, me conte as novas aí no céu, estou feliz que o senhor esteja bem e com certeza sendo ensinado coisas divinas.

Bem, o ano de 2016, foi um pouco conturbado e se finalizou praticamente como começou.

Como, já havia falado, consegui sua cama, fui demitido, mas, não deixei a petição cair. Cada curso que fiz, foi minha forma silenciosa de lhe declarar orgulho por sua influência. Cada vez que vejo um certificado seu, nas paredes, só prova de que acreditando se chega.

Passei, então a levar mais seus netos, meus filhos, para lhe ver, claro, mesmo antes, da enfermidade, já os levava, sempre incentivando os dois a lhe beijar e ver sempre o senhor como o melhor exemplo possível.

Sempre me oferecia a estar mais próximo, nas, mamãe sempre colocava minhas limitações físicas. Testemunhei muito sofrimento em cada sessão de fisioterapia, cada banho. O que mais me doia pai, era ver a aceitação de algumas pessoas, como se o senhor sempre fosse da forma que estava, a ponto de se acomodarem, das alimentações sempre mamãe dava prioridade, higiene também, mas, aos poucos os meus irmãos se acomodaram. Uma pena.

Amanhã voltaremos a dialogar em nossas cartas.