Alma coletiva

Já lhe tocou, que quando olha no olho de um animal, vê sempre o mesmo animal? Olhe no olho do seu cão, e, depois, olhe no olho de um outro cão. Você terá a nítida impressão de ver no fundo deles a mesma alma.

A mesma entidade vive a experiência de ser todos os cães do mundo. Os que já viveram e os que hão de viver. Mas, não se alarme. O seu cão sabe quem é você, e ele tem um pequeno senso de individualidade brotando nele. Aliás, é por isso que vocês dividem a mesma experiência de viver, você está despertando nele essa noção de " ser um eu".

Assim, os animais estão despertando para a noção de indivíduo. Você já despertou. Agora, você está aprendendo que ser um indivíduo não quer dizer, ser separado do todo.

Se você parar um pouquinho pra pensar, como os seus psicólogos já pararam, vai perceber que certas características se repetem de pessoas a pessoas. Não características físicas, mas de comportamento, personalidade, temperamentos. Algumas pessoas são tão parecidas com outras, que repetem até mesmo os seus maneirismos, julgamos que já a conhecemos, mas na verdade, estamos intimamente e subconscientemente comparando-a com aquela outra que já conhecemos, mas cujo comportamento é tão semelhante que parece a mesma pessoa. Entre os animais isso é regra, eles ainda estão ligados bem próximos a um fundo comum. Os humanos já tem a sua individualidade, mas partilham ainda muitas características profundas.

Com isso, queremos dizer, que sim... Aquela pessoa que é parecida com a outra partilha com ela uma Alma comum, que você chamaria de coletiva. Você não vai entender se eu dizer que todas as pessoas tem uma alma própria, mas ainda assim, no fundo, partilham uma mesma alma. E quanto mais "fundo" você for nessa análise, vai descobrir que todas as pessoas deste seu mundo partilham uma única alma.

Isso tem muito a ver com a natureza do tempo, já tão discutida aqui. Uma super alma pode viver ao mesmo tempo várias experiências, e se talvez, algum dia você encontrar com alguém com o qual muito se identifica, não se espante de eu dizer que é um encontro de você com você mesmo.

Isso também leva a distorções em relação a mitos e histórias arquetípicas. Como quando se diz que " essa geração não passará até que determinada coisa tenha acontecido"... Então você se pergunta: Como assim não passará, se isso foi dito há milênios, e centenas de gerações já morreram? Então você toma essas coisas por promessas vazias de sentido. Mas na verdade a geração de fato jamais passou. Pois se está falando de almas, e não de corpos. E as almas há gerações são as mesmas que habitam o seu mundo.

A questão da mediunidade tem uma estreita relação com essa alma coletiva. Pois quanto mais próxima essa alma encarnada estiver da desencarnada - em relação a almas coletivas - mais fácil será a comunicação. Ou seja, quanto mais parecidas forem, parecidas quero dizer interiormente, mais provável será que se entendam. Pois na verdade, é a mesma alma expressando-se através de uma outra personalidade sua.

Você costuma olhar para uma flor e ver um único ser. Mas eu lhe digo. Aproxime-se mais dela. Olhe direito. Verá que não é bem assim. Aquilo que você julga única, é um amalgama de indivíduos. E sem um único deles, a flor não seria a mesma.

Vocês tem olhado, e olhado muito, mas não têm visto. Então entendam, olhar se olha com os olhos, mas ver de verdade, isso é com o coração.