AMOR A PRIMEIRA VISTA
Foi amor, desde a primeira vista, mesmo sem demonstrar, ou aceitar, e até entender o que eu sentia, foi no primeiro olhar trocado, no beijo molhado, no toque na perna, no sotaque diferenciado, no jeito encantado, meu amor, eu me perdi nos seus abraços, eu me vi apaixonada, mas nem sabia mais como era me sentir assim, tinha tanto tempo que não chegavam tão fundo em mim, então recusei, por medo, me escondi, me encobri atrás do meu revestimento, por você, já tinha tanto sentimento, e eu ali, cada vez mais perto de ti, e mais longe da razão, eu não queria me entregar, não, mas tão rápido e eu já era sua, tão fácil, tão intensamente nua, mas não podia, ás relações atuais não permitem, e a mente ecoava, “faz de difícil”, “não responde”, “finge que está ocupada”, mas uma hora isso cansa, á saudade avança, e eu só fiz sentir, você nem imagina quanta, e dói, à distância, o desapego, o querer sem ter, sem poder gritar pra o mundo, ficar sem te ver, dói, esperar uma mensagem de bom dia, sonhar com sua companhia, querer ligar e passar horas conversando sobre bobagens, programando viagens, e no lugar pensar que não se importa, ou na ilusão achar que só finge não se importar, sem poder nem mesmo expressar, engolindo todos os “tanto faz”, sem poder fazer tanto quanto gostaria, sem saber se gosta tanto quanto me dizia, até em pranto, perder todo aquele encanto, que brilhou no primeiro olhar, e apagou no terceiro, “deixa pra lá” que de tanto que deixou pra depois, ora, pois, me obrigou a te deixar.