Amor (Para meu)
Amei-te de forma ingênua. Acreditei fazer amor com as fadas quando estava contigo. Meu coração deleitava-se com seu amor, com seu carinho e seu toque.
Aquela noite fatídica, vi a aliança retornar à minha mão. Sob o brilho da lua ela parecia tão mais bonita, brilhante, como se as estrelas me atentassem para algo que não podia ver naquele instante.
Seu rosto impassível tornou-te contrário ao meu. Meus olhos admiravam-te tentando entender o porquê de tudo aquilo, e a resposta até hoje procuro...
Recebi seu último beijo, agora no rosto e vi sua forma tornar-se disforme em contraste com o horizonte. A porta de sua casa, e de seu coração, fechou-se para nunca mais abrir.
Mil agulhas rasgaram-me o peito. A dor, porém, mais o desespero consumiu-me durante aqueles minutos seguintes, como se minha alma estivesse sendo levada ao inferno. Nunca chorei tanto sem chorar como fiz aquele dia.
De repente o chão tornou-se nuvem...macio...não mais o sentia. Tudo ficou tão lento, quase parado. Até a lua encobriu-se sob as nuvens escuras. As estrelas, caladas continuaram a observar a aliança em minha mão.
Ajoelhei, chorei e chorei como se o mundo que conhecia estivesse por partir-se ao meio. Ainda agora, escrevendo essas palavras, choro pelo acontecido. Toda vida hei de chorar, mesmo sem mais querer.
Não há dor que possa explicar o quanto dói o coração partido. Dói dor doída, doente, desilusória, decadente...
Sabia que não haveria volta. De alguma forma sabia que meu amor não seria suficiente para ela.
Outro dia, na rua a caminhar, sem sentido, sem direção, apenas a passos dar e respirar vi-te nos braços de outro. Não mais chorei, mas sim lhe admirei. Tão bela quanto sempre foi, parecia mais radiante ainda com aquele sorriso estampado e aquele olhar que refletia o rosto do novo amado.
Desejo-lhe o melhor, desejo-lhe o bem e ainda lhe desejo. Com essa carta findo a minha parte de algo que você findou já há algum tempo.