Carta para o meu destinatário favorito
Rio de Janeiro,
15:41h.
Num dia nublado qualquer e ventania bruta; o clima perfeito, só falta a chuva.
Gostaria de te ler, página por página, desamassar as "orelhas" que foram feitas por pseudo-leitores e desconhecedores da literatura do amor.
Estou aqui, só, focada em aprender o porquê de as pessoas estarem a metros de distância do tamanho do nosso abraço. Nada é justo, só há o cansaço.
Eu te leio e te visto de poesia sem você saber. Quando adormece no sofá, te cubro com um lençól para que não sinta mais frio que o frio que carrega no coração.
Eu sei que te julgaram, eu sei. Eu sei que a tua morte vem e vem e nunca vai. Eu sei que o teu zelo acabou, e eu sei que a vida te matou e te jogou barro na cara.
Eu sei, está sendo difícil pra você. Mas vem cá, deixa eu te afogar no mar que é o meu abraço.
Não vou prometer nada, promessas são laços, e laços são desfeitos ou cortados. Eu só quero te ajudar. Me ajude também.
Estamos longe um do outro, mas eu estou te abraçando agora.
Sentiu o cafuné?
Começou o sereno, tire a roupa do varal e já pra dentro, estou fazendo um chocolate quente pensando em você.