ACUSAÇÃO DE ILÍCITO PELA ESPOSA DO JUIZ SÉRGIO MORO
ACUSAÇÃO DE ILÍCITO PELA ESPOSA DO JUIZ SÉRGIO MORO
Caro amigo Luiz Carvalho Nogueira,
Em relação à acusação de que Rosângela Moro, esposa do juiz Sérgio Moro, recebeu propina pela Lava Jato através de negociata entre os advogados Rodrigo Duran, da Odebrecht e Carlos Zucolotto, amigo e padrinho de Sérgio Moro, denúncia publicada em artigo da revista Veja, tenho a relatar:
Primeiro: Essa informação é altamente suspeita, a começar pela fonte Veja, que não tem nenhuma credibilidade. Diz que se baseou em informação da Receita Federal. Que informação? É oficial? É uma interpretação pessoal? é aquela famosa história: informação que se baseou em tal, que se baseou em qual, que se baseou no mal, que se baseou na Val... ai por diante.
Segundo: Considerando que seja verdade, não se trata do Juiz Sérgio Moro e sim da sua esposa, que são personalidades físicas e jurídicas diferentes, o que implica em várias inferências, mesmo que algumas possam até ser ingênuas: Será que ele sabia (marido traído)? Se sabia, teria coragem de denunciar sua mulher (crime de omissão)? Teria sido conivente (cúmplice)? e por ai vai.
Terceiro: Caso tenha sido conivente, minha admiração por ele continua pelo que ele fez, faz e representa na história da justiça brasileira em relação à Lava Jato, mesmo sendo acusado de imparcial e perseguidor, pois sua atuação nessa operação e seus desdobramentos, sem precedentes no Brasil, o colocam no panteão dos grandes personagens brasileiros. Pode ter mirado em quem viu (Lula e o PT), mas acertou em quem não viu (o restante dos calhordas da classe política e empresarial brasileira).
A mesma avaliação faço com relação a Lula: considero um dos maiores estadistas que já governou este país, tão importante quanto Getúlio Vargas e Juscelino, mas roubou? Caso positivo ( e particularmente acho que sim), em sendo provado vai ter que ir pra cadeia.
E pra terminar, repito aquilo que tenho frequentemente afirmado: No Brasil não tem jeito, fogo tem que ser combatido com fogo e não com água, portanto, o direito aqui nessas plagas tupiniquins nunca será constitucional e sim institucional e individual. Se o crime e a corrupção fossem combatidos pelo direito da justiça cega e legítima, esta já teria sido engolida e mastigada por esses bandidos ordinários e salafrários, verdadeiras ratazanas pestilentas travestidas de gente.
Aliás, ilude-se quem acha que no Brasil se vive o estado democrático de direito. Aqui, pelos motivos já expostos, não se pratica o correto direito. E a democracia, pelo processo eleitoral vigente e viciado, somado à ignorância do povo e às fraudes escancaradas dos políticos, suportadas por um povo servil e subserviente como o nosso, não existe desde que Gregório de Matos Guerra denunciava jocosamente a sociedade brasileira em sua obra literária.
Começo a ter uma horrível sensação de que o povo brasileiro não merece democracia e essa sensação é perigosa, pois abre caminho para tiranias, ditaduras e coisas dessa natureza. Um importante general do exercito já começou a se pronunciar e a querer aparecer e é assim que as coisas começam.
Marco Antônio Abreu Florentino