Um Amor que Dorme
Amo amores ilusórios, falsos. Ultimamente tenho tido um cortejo pelo amar de longe, projetar paixões, construir frágeis relações. Ando só nos amores platônicos, e logo fico atônico em frente a tanta realidade, tanta verdade. Consumo, fumo irreversíveis, irreverentes estragos casuais. Amo-te longe, observo-te distante. Inexiste nosso amor, impersiste, é tão paciente que espera o que não há o quê esperar. Tento queimar as pontas entre eu e você, mas sou tão pouca coisa. Nosso (meu) amor é rachadura, e perdura até ser precipício, falha geológica, esse amor é falha de lógica. Amo amores como labirinto incoerente, de tanto andar, tentar, já fico demente. Somos ausências gestuais, não amamos, não somos, até nossos atos não são, até nós mesmos somos em vão.