Ela
Ela agora é vendaval da minha vida, estrela perdida. Ela é escoriação em minha pele já é padecida, já esvaecida. Ela é tempestade de olhos castanhos, trovão de voz suave. Com coronárias no peito já travadas, dores peitorais já enraizadas, vou sem caís como uma memória inlúcida e perdida que perambula em labirintos incoerentes. Ecos emocionais, rasgos transversais que em minha alma, não versam mais. Que amor senil. Tem Alzheimer, esquece de si mesmo, não se deixa ser, morre ao mar, morre antes de chegar. Morreu de urgências, antecipações. Nosso amor agora é dramaturgia. É drama, urgia que não chega, tragédia que sempre pende, tristeza que só vence. Eu cismo em viver de abismo, cismo de viver em supra-sumo, em represália. Ela é coração preguiçoso, se amortece entre meus pulmões, se conforta, mas bate devagar, sente por diminuto e me responde em penúria.