AGORA, VAI...
Agora, vai, nem olhes para trás,
O avião, de partida, já está,
Na plataforma espero para embarcar,
Me vou embora para não mais voltar...
Assim você quis, agora veja
Nosso cardápio de amor na bandeja
Sendo servido a outro, qualquer que seja,
Pelo garçom tempo, que pede gorjeta...
E, que se pague o devido posto
Pelo que nos causa vil desgosto,
Nosso amor nos era livre de imposto,
Mas, quando, a nós dois impomos
Regras por se cumprirem do que agora somos,
A receita federal do amor a sonegarmos nos pegou,
E esse feito, em muito nos pesou,
Está aí, à mostra, nós falimos ao amor...
E, por esse motivo vou-me embora,
A voz no auto falante retorna,
E aos passageiros ela informa;
Atenção, senhores passageiros, está na hora,
Dirijam-se até à plataforma de embarque,
Bilhete e passaporte em mãos e,
Bom embarque e boa viajem,
Em paz sigam, vão e voltem...
Só que eu, ao menos, não vou voltar,
Vamos agora darmos nosso último abraço,
Sem o beijo de nosso adeus, acho,
Mas, se quiser, te beijo, pela vez última...