Ontem à noite, ou melhor, esta noite, tive aqueles momentos estressantes, agonizantes, cansativos e intermináveis. Aqueles momentos de insônia em que fazemos um monte de perguntas sobre o nosso propósito, o nosso modo de vida. Momentos em que a gente quer se obrigar a dormir e/ou quer sair e não dar satisfação a ninguém para o lugar aonde se vai e não ser mais responsável por nada. Então, eu tive uma ideia. "Eu preciso outra vez escrever uma carta para mim".
 
Então, peguei um papel e uma caneta e comecei a escrever para mim, a me fazer perguntas e a me reclamar (sem entrar no detalhe que eu mesma lembrei que tinha cometido um pequeno erro no trabalho), daí, a minha ansiedade, pois não posso admitir que eu cometa um erro simplório.
 
Eu me pus a escrever assim:
 
Lembre-se que há alguns anos e em condições diferentes você já havia feito algo parecido: escrever para você. E o tempo lhe respondeu da melhor maneira possível. Releia tudo o que escreveu efetivamente. Diga o que mais quiser dizer do que você escreveu na época, quem sabe até nas entrelinhas do texto.
 
Espere que em um dado momento as respostas venham lhe confortar, trazer-lhe coragem e serenidade. Não é grave assim, mas o que será que o seu superior diria da tramitação errada do processo? Espere que o dia amanheça para consertar o erro. Porém, nesse mesmo instante pergunte-se: será que meu anjo espiritual poderia fazer mais do que ele já fez por mim? Tenho absoluta certeza que sua resposta será: Não! Você acaba de concluir que um erro não conserta outro e é isso o que você pensa.
 
Tudo está perfeito e tudo se ajustará no devido lugar. Você só precisa confiar mais em você! Leve sua confiança na vida e você será guiada sem precisar pensar muito sobre o porvir! Você já é serena. Trabalhe essa serenidade que há em você e a seguir você acabará a iluminar o seu caminho e o dos outros. Não se preocupe com você. Isso pode soar um pouco estranho dito desta forma, mas quando o sentimos em nosso eu mais profundo é realmente o melhor remédio que existe para a alma.
 
Escreva, escreva (o sono já começava a chegar)
 
A caneta ou o teclado não encanta a todos. Requer um pouco de trabalho, um esforço, muitas pessoas são bastante "passivas" e ficam no modo automático em seu cotidiano, mas você não é assim. Escrever pode valer à pena. Entrar em comunicação com algo maior pode trazer maiores benefícios para o seu interminável aprendizado. E mesmo que você não sinta essa troca entre o seu pequeno e o seu grande “eu”, pode ter certeza de que conseguirá obter um pouco daquilo que muitos não conseguem: Se expressar numa curta ou longa redação.
 
É difícil, porém salutar expressar o que se tem no fundo da alma, a escrita traz uma dimensão diferente de troca ou de conversação com o seu eu interior. Talvez algo que satisfaça a sua mente mais do que qualquer outra coisa, é algo que lhe permite ter acesso a um conjunto de conhecimentos reunidos sobre determinado assunto ou pessoa.
 
Vamos coragem, comece a fazer esse exercício quando as cogitações, as perguntas e o ego estiverem muito evidentes e lhe afastarem do momento presente.
 
Espalhe as palavras no papel mesmo que seja por meio de desenhos, gráficos, etc. Lembre-se do Mahmoud¹ e continue a colocar em prática o que aprendeu!
 
Esse exercício permitirá um desapego, uma liberação mais do que agradável para a sua alma. Agora é hora de ir para a cama e ser velada pelos anjos. Boa madrugada Nora!
 
 
Escrito por Nora em 19/07/2017 às 02:13 h.


 
1- A força dos grandes artistas é ver a poesia onde quer que ela esteja. A prova disso é o magnífico projeto empreendido por Mahmoud El Sayed. Quando esse egípcio vê uma palavra, ele vê fisicamente o que essa palavra designa. Resultado: uma surpreendente, criativa e absolutamente soberba transformação caligráfica.
 
 
 
 
 
 
Aronedla
Enviado por Aronedla em 01/08/2017
Reeditado em 27/10/2017
Código do texto: T6070856
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.