De cabeça para baixo
Coisas ruins e tragédias
simplesmente acontecem,
todos nós temos nossa cota delas
durante nossa estadia nesse mundo.
Cada qual carrega sua cruz,
mas parece que o peso não é necessariamente proporcional
a capacidade de de cada um carregá-la.
Mas eu não vou ficar aqui me revirando em filosofias vazias
e em papo de bêbado, sobre como uma hora tudo passa.
Acho que tenho que encarar que minha vida está virada de cabeça pra baixo
e ou eu me acostumo com o caos e a sobrecarga,
ou tenho que dar um jeito de virar ela de volta pro lado certo
Não é o tipo de coisa que eu vá conseguir resolver escrevendo.
Não dá pra eu escrever uma saída pra essa bosta toda,
como eu faço nas minhas histórias
em que eu falo sobre tudo e nada ao mesmo tempo.
Eu sinceramente to cansado de me sentir mal por mim mesmo
por estar aqui,
sem fazer nada,
Mesmo sabendo que tenho um monte de coisas ao alcance das minhas mãos.
Coisas ruins acontecem.
Aconteceram pra mim e pra você, Fernanda.
Que por algum acaso que eu não posso explicar,
tem sido a pessoa que eu consigo falar mais facilmente
sobre coisas que as vezes eu não consigo nem pensar.
E fico aqui, me perguntando se todo esse meu papo te entedia
ou te incomoda,
e você me ouve apenas pelo senso de humanidade dentro de você.
Já tive dias melhores. Já tive sorrisos melhores
e palavras mais interessantes para dizer
histórias melhores para contar.
Eu já fui uma pessoa melhor,
tenho certeza disso.
Mas no fundo, acho que eu não posso culpar a nada
nem a ninguém,
pelas coisas que estou sentindo agora.
Sei que eu vou ficar bem,
e voltando para a filosofia de bêbado que eu rejeitei no começo desse texto,
uma hora tudo passa.
R.