Não insisto com o dito
para não virar lição,
nem repito tanto os mesmos
caminhos por não gostar de rotina!
Não escrevo na mesma cartilha para não
exaurir as folhas que tanto sofrem com a
borracha que apaga as cansadas histórias sem êxitos!
Não ouso silenciar meus olhos
em face do repentino pranto!
Não lamurio este momento que
passa como o outro que passou
a despeito de ter sido feliz!
Não deixo de viver só porque
você imagina que a minha vida cessou!
Não me cala a voz que tanto
me atrai e me trai ao pronunciar
que nada existe de você em meu coração!
Não me resta muito tempo,
mas o pouco dele que me surge neste momento
quero dedicá-lo a uma suave
lembrança que faz brotar o meu riso,
apesar da negrura do peito nesta noite fria,
quando seu rosto aparece enfeitando as estrelas...
estrelas cadentes que vão riscando o universo com o risco de alegria!
©Balsa Melo (Poeta da Solidão)
23.04.06
Cabedelo - PB
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