Carta ao fotógrafo
Olá!
Escolhi anexar algo porque "É primaveeeeraaa, te amo!"
E porque é seu aniversário, porque você fez e faz parte de minha história.
Sabe, há pessoas que não percebem ou nunca saberão o que representaram pra gente.
Não precisaria rever hoje fotos (as tenho em espécie e digitalizadas), para perceber e relembrar sua sensibilidade. Lá, o fotógrafo, detecta a mulher que ainda se descobria - e por que não dizer em eterno re-descobrimento.
No chip que tenho aqui no alto de meu corpo, uma mente cheia de vontades, de anseios, de desafios e mesmo assim daquela vitalidade de fêmea sedenta de vida, esse registro é só reabri-lo e tudo bem à tona.
Acho que se visualizasse novamente as fotos, com certeza, iria dizer, "que louco fui", "que louca ela é". Por outro lado, diria: nem todos teriam essa insensatez de degustar a vida tão intensamente. De degustar-me. A mim e a vida.
Naquela época, e julgamentos não me faltam, você era o "velho" que a louca levou vê-la na praia. Não me arrependo nunca. De nada! Ninguém sabe enxergar além do que os olhos visualizam. Eu sei.
Vendo estas fotos, já repensei: vou desfazer-me delas. Não. Amo meu corpo, minha vida e não tenho vergonhas deles e de nada!
"Ah, se eu morresse amanhã!
Que sol! que céu azul! que doce n'alva
Acorda a natureza mais louçã!
Não me batera tanto amor no peito
Se eu morresse amanhã!
Mas essa dor da vida que devora
A ânsia de glória, o doloroso afã...
A dor no peito emudecera ao menos
se eu morresse amanhã!"
E as provas estariam aí pra todo mundo ver: fui feliz a meu modo.
Parabéns, homem sensível, nada bobo, que sabe como satisfazer uma mulher. e saudades de uma tarde de ensaio fotográfico, agora aos cinquentinha.
Que deus o abençoe e lhe dê muita saúde!