DECIFRA-ME
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Ibernise
Li "decifra-me" numa escrivaninha, agora escrevo a palavra e já não tenho o texto, ficou o pretexto.
Vou desenvolver uma ideia que já insinuei: em si, nua, já a dei; a ideia de, que..., o que escrevemos, podíamos não escrever. A escrita em prosa seria uma transcrição, uma reprodução mecânica, de algo - diálogo que quisemos acima de tudo, dizer.
Acima de tudo, dizer: DECIFRA-ME, em letras maiúsculas.
Para me decifrar terás que perceber como dentro da nossa cabeça o mundo é, pode ser, é de certeza, uma incerteza assombrosa: a sombra da Rosa! Por isso - a palavra - é prosa mas, o que eu gosto, é seguir o a_roma - amor à rosa...
'exaltações'
1
'o branco'
gestos são projectos
puros gestos
aqui
na gestação
dos poemas escritos
brancos
2
'o bronco'
eu
inteligente
como uma papaia
saborosa
de sabor rosa
ronco?
3
'o brinco'
tu
simplicidade
delirante dum delírio
vestida toda nua
de branco
brincamos!
Vou dizer... a poesia - mesmo dita - é escrita, é Escrita... De certo modo não a posso declamar sem improvisar algo de improvável: dizer, mostrar o verso/ cada verso.
Hoje foi esta a minha p_rosa... "exaltações" que te dedico.
{De certo modo escrevo para eu próprio me decifrar, mesmo sem saber qual é a cifra exacta, pois é o acto que me faz actuar e nele me ato/ligo sintonizo. O mais, é não perder o juízo! :)}