DECIFRA-ME

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Ibernise

Li "decifra-me" numa escrivaninha, agora escrevo a palavra e já não tenho o texto, ficou o pretexto.

Vou desenvolver uma ideia que já insinuei: em si, nua, já a dei; a ideia de, que..., o que escrevemos, podíamos não escrever. A escrita em prosa seria uma transcrição, uma reprodução mecânica, de algo - diálogo que quisemos acima de tudo, dizer.

Acima de tudo, dizer: DECIFRA-ME, em letras maiúsculas.

Para me decifrar terás que perceber como dentro da nossa cabeça o mundo é, pode ser, é de certeza, uma incerteza assombrosa: a sombra da Rosa! Por isso - a palavra - é prosa mas, o que eu gosto, é seguir o a_roma - amor à rosa...

'exaltações'

1

'o branco'

gestos são projectos

puros gestos

aqui

na gestação

dos poemas escritos

brancos

2

'o bronco'

eu

inteligente

como uma papaia

saborosa

de sabor rosa

ronco?

3

'o brinco'

tu

simplicidade

delirante dum delírio

vestida toda nua

de branco

brincamos!

Vou dizer... a poesia - mesmo dita - é escrita, é Escrita... De certo modo não a posso declamar sem improvisar algo de improvável: dizer, mostrar o verso/ cada verso.

Hoje foi esta a minha p_rosa... "exaltações" que te dedico.

{De certo modo escrevo para eu próprio me decifrar, mesmo sem saber qual é a cifra exacta, pois é o acto que me faz actuar e nele me ato/ligo sintonizo. O mais, é não perder o juízo! :)}

Francisco Coimbra
Enviado por Francisco Coimbra em 10/08/2007
Reeditado em 16/09/2007
Código do texto: T601503