SEM DIREITO AO SOL

Queria apenas que antes que a seiva que circula em minhas células

Se aglutinem e congelem-se às torrentes do árduo frio

Que congela o meu ser,

Eu pudesse ver ao menos uma vez mais o sol,

Não para degelar minh'alma,

Mas apenas pra ter tempo de fazer com que uma sequer de minhas sementes,

Mature o suficiente para ser capaz de germinar.

Pois sou apenas árvore sem direito ao sol,

E sem calor,

Não mais há necessidade de minha sombra fria,

Pois de frio,

Basta eu pra me inanimar.