O medo

Medo do amanhã

Medo

Medo de que as coisas saiam do controle

Que descubram que não sou capaz das coisas que devia ser

Que não sou capaz de cumprir o que precisaria oferecer

Medo

De dar maior visibilidade a minha incapacidade

De me perder entre a angustia e a vontade

De nunca conseguir segurar a barra

Seguir em frente

Medo da solidão

De ter certeza que ninguém se importa

Porque isso é sempre muito muito claro

No fim das contas, ninguém se importa

Talvez nem mesmo eu

Medo do egoísmo, da arrogância

De não perceber os próprios erros

E cair por incapacidade própria

Visível e descarada dentro de mim

Medo de nunca ouvirem meus pedidos de socorro

Socorro socorro

Socorro

Eu preciso mudar isso de alguma forma

Eu preciso fazer alguma coisa

Mas o quê? Com quem? Como porquê?

Socorro por favor

Eu realmente não sei lidar com isso

Essa angústia, esse desespero, essa solidão

Eu olho prós lados e vejo tudo indo bem

Mas não está não está nada nada bem

E eu não sei o que fazer, eu não sei como fazer

Eu não sei como conseguir

E eu não sei mais nem como pedir ajuda

Porque no final ninguém ajuda

Ninguém acode, ninguém acolhe

Ninguém se importa

Nada importa

E em meio a tantas desimportâncias eu não consigo me importar também

E Caio apago, nesse poço horrendo de egoísmo

Onde todos nos afogados

Incapazes de fazer alguém sair

Senhor,

Ajuda.

Ib Souza
Enviado por Ib Souza em 30/05/2017
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