Sabe aquela história?
Sabe aquela história de que pessoas ou coisas
só ficam na vida da gente o tempo necessário?
E que quando começa a doer
é porque o tempo de ser tá se acabando
já tá indo embora?
Aprendi, ultimamente, umas liçõezinhas
aqui e ali, e olha que interessante:
por incrível que pareça já não anda me doendo
o quanto me doía antigamente
o fato de ainda ter a ver contigo ...
Um dia desses descobri um lance aí do Feng Chui
sobre só se preservar um objeto por um de três motivos:
- Por ser muito bonito de se ver
e que sua beleza seja tanta e tão rara
que só de olhar pra ele já te faça esquecer
de toda feiura que há lá fora
- Por te ser muito útil e se o uso constante
facilitar a tua vida,
então conserva ele sempre à vista
e em muito bom estado.
- Ou que ele te lembre algum momento
que, de tão extraordinário,
todas as vezes que você olhar pra ele
vai se lembrar que nesse dia
valeu a pena ter vivido.
Mas, este, apenas se não trouxer consigo
um depois nele esporado.
Fora isso, joga fora.
Mesmo caro, já não te serve,
joga fora.
Dá pra alguém mais necessitado
ou simplesmente joga fora.
Se já não te faz feliz é brasa que esfriou
é luz que se apagou.
Segue em frente
isola.
Coisa-pessoa, pessoa-coisa...
independente de que lado se esteja na história,
se doeu, já passou da hora de jogar fora.
Tenho pensado muito no preço
de cada uma das bobagens
que otários como eu a elas se agarram,
e no peso de toda essa tralha
que alguns chamariam relicário.
E minha cozinha, sala, quarto
vão se arejando
à medida que desocupo o teu espaço.