Vibra, Rosa

Hoje pela manhã, senti falta de te ter.

Coloquei sobre o peito uma rosa. Apoiei-a suave porque gesto de amor, bruto, também machuca.

Com a rosa branca, cor de pureza, apoiada no peito, bem acima dos pulmões, lembrei de sua cabeça deixada, confiada sobre meu peito dormente.

Assustei-me quando vi a rosa saltar, e percebi então que eram as batidas de meu coração....como eu me passei pra tua alma, só pelas batidas de meu coração!

Em meus sonhos de amor quase impossível, via-te apoiar sobre meu peito, toda a descarga de suportar seu próprio mundo.

A rosa se elevava a cada gesto de minha respiração, e vibrava ao pulso de meu coração.

Como o amor abrange. E eu me rolo toda.

Meu coração de repente me pareceu, esquisito, coisa viva por si só e incontrolável como é, não se pode parar o sentir.

E eu me rolava toda na cama fria...nunca acaba-se o nosso trinta por cento.

Escorreguei a rosa ao longo de meu pescoço e senti então aquele arrepio breve de suas mãos sonhadas, tão breve arrepio aniquilando qualquer dor física e emocional.

Eu nunca consegui reagir contra seu toque.

Quanto há de durar ainda o pulsar de meu coração, e o viver todo de meus pulmões em tua superfície, rosa?

Quanto há de durar ainda a violência de nosso amor...sendo eternas nossas vibrações?

Autora: Carolina Oliveira