Venezuela a Nicolas
Nicolas
Quero falar sobre o mundo venezuelano para você. Penso que existe a Venezuela do Caribe e a Venezuela do Orinoco. A Venezuela do Caribe é a das jazidas petrolíferas e do turismo praticado nas Ilhas Margarita e de Los Roques.
Nas dunas dos médanos de Coro tinham vendedores ambulantes que comercializavam doce de leite de cabra. A península de Paraguaná tem concomitantemente praias cheias de lixo e praias selvagens com pelicanos e cobras.
A Venezuela é o país dos shoppings centers com incentivos fiscais. Fast foods como Mac Donalds e KFC se proliferam nas grandes cidades.
É o pior país para se comer na América do Sul. No café da manhã serve-se “desayuno criollo” com feijão preto, arepas, carne desfiada e abacate ou o “desayuno americano” com dois ovos, dois bacons e um misto quente (pão de forma com uma fatia de queijo e uma fatia de presunto). Arepa é um bolo feito com farinha de milho. Para beber tinha suco de mamão. Comida pesada para comer. Assim é a cultura deles. No caribe provei uma bebida chamada cocada feita com leite, água de coco, gelo, coco ralado e açúcar. Uma bebida deliciosa.
Em Caracas, o clima é ameno e a vegetação é formada pela floresta tropical.
O sol do caribe venezuelano é castigante. Não tem brisa como em Santa Marta na Colômbia. A vegetação caribenha é formada por cactáceas que se adaptam ecologicamente para evitar a perda de água. O espinho é uma adaptação ecológica da planta para evitar a perda de água.
Berçário para a reprodução de peixes, moluscos, crustáceos e outros frutos do mar, os manguezais das Ilhas Margaritas formam um ecossistema rico em biodiversidade. Os pescadores e seu modo de vida enriquecem e formam a sociodiversidade caribenha venezuelana. Os pelicanos pousam nos barcos dos pescadores em busca de comida.
Andei de carro por mais de 4.000 km pela Venezuela que tem a gasolina mais barata do mundo. O litro custava três centavos de dólar ou nove centavos de bolívar na época. Com o preço de um cafezinho enche-se o tanque de um carro. Fui lá em 2010. O trânsito é caótico nas rodovias e nas cidades. Vi uma indústria petroquímica gigantesca em Barcelona, a maior que já vi na minha vida.
A Venezuela do Orinoco é aquela banhada pelo rio do mesmo nome e seus grandes afluentes. Nos Estados de Portuguesa e Cojedes cultiva-se cana de açúcar, arroz e milho destinados a abastecer as cidades caribenhas. Nos Andes da Venezuela estão as cidades de Mérida e San Cristóbal. Salto Angel é uma cachoeira gigantesca que não tive o prazer de conhecer.
Em Barquisimeto encontram-se vinhedos. Os vinhos da Bodega Pomar são produzidos ali. Provei uma garrafa desse vinho bom. Mas não tanto quanto os franceses. Aquele vinho Chinon do Vale do Loire que provamos em Paris era uma delícia. Saudades daqueles dias.
Conheci em Bogotá uma moça que viveu na Venezuela. Era uma médica psiquiatra. Falava para mim que a Venezuela estava mal. Que viu chavistas na rua com rólex de ouro no braço. Que não tinha soro nos hospitais. Que o chavismo e o socialismo bolivariano estavam levando a Venezuela para o abismo. Manipulação. Mentira.
Todo venezuelano que encontro fora de seu país fala que o país está mal. Mas não foi o que vi nos 4.000 quilômetros e quinze dias que fiquei nos país. Nesse intervalo de tempo e distância não vi mendigo nas ruas, ninguém me pediu esmola, não vi a informalidade e a marginalidade que vi na Colômbia.
No campo social a Venezuela está melhor que outros países sul americanos. Chavez pegou a grana do petróleo, mandou a burguesia para as trevas e investiu em políticas públicas e no combate à pobreza. Mandou a ALCA “al carajo” e investiu no social como todo governante tem que fazer.
Existe um mar de favelas em Caracas. Mas a Venezuela estava vivendo um momento social especial com o chavismo. A Venezuela manda petróleo para Cuba e a ilha manda médicos para atender comunidades carentes na Amazônia e nas periferias das grandes cidades.
Falei da Venezuela do Caribe e do Orinoco. Um abraço do Brasil até a França para você.
Quero falar sobre o mundo venezuelano para você. Penso que existe a Venezuela do Caribe e a Venezuela do Orinoco. A Venezuela do Caribe é a das jazidas petrolíferas e do turismo praticado nas Ilhas Margarita e de Los Roques.
Nas dunas dos médanos de Coro tinham vendedores ambulantes que comercializavam doce de leite de cabra. A península de Paraguaná tem concomitantemente praias cheias de lixo e praias selvagens com pelicanos e cobras.
A Venezuela é o país dos shoppings centers com incentivos fiscais. Fast foods como Mac Donalds e KFC se proliferam nas grandes cidades.
É o pior país para se comer na América do Sul. No café da manhã serve-se “desayuno criollo” com feijão preto, arepas, carne desfiada e abacate ou o “desayuno americano” com dois ovos, dois bacons e um misto quente (pão de forma com uma fatia de queijo e uma fatia de presunto). Arepa é um bolo feito com farinha de milho. Para beber tinha suco de mamão. Comida pesada para comer. Assim é a cultura deles. No caribe provei uma bebida chamada cocada feita com leite, água de coco, gelo, coco ralado e açúcar. Uma bebida deliciosa.
Em Caracas, o clima é ameno e a vegetação é formada pela floresta tropical.
O sol do caribe venezuelano é castigante. Não tem brisa como em Santa Marta na Colômbia. A vegetação caribenha é formada por cactáceas que se adaptam ecologicamente para evitar a perda de água. O espinho é uma adaptação ecológica da planta para evitar a perda de água.
Berçário para a reprodução de peixes, moluscos, crustáceos e outros frutos do mar, os manguezais das Ilhas Margaritas formam um ecossistema rico em biodiversidade. Os pescadores e seu modo de vida enriquecem e formam a sociodiversidade caribenha venezuelana. Os pelicanos pousam nos barcos dos pescadores em busca de comida.
Andei de carro por mais de 4.000 km pela Venezuela que tem a gasolina mais barata do mundo. O litro custava três centavos de dólar ou nove centavos de bolívar na época. Com o preço de um cafezinho enche-se o tanque de um carro. Fui lá em 2010. O trânsito é caótico nas rodovias e nas cidades. Vi uma indústria petroquímica gigantesca em Barcelona, a maior que já vi na minha vida.
A Venezuela do Orinoco é aquela banhada pelo rio do mesmo nome e seus grandes afluentes. Nos Estados de Portuguesa e Cojedes cultiva-se cana de açúcar, arroz e milho destinados a abastecer as cidades caribenhas. Nos Andes da Venezuela estão as cidades de Mérida e San Cristóbal. Salto Angel é uma cachoeira gigantesca que não tive o prazer de conhecer.
Em Barquisimeto encontram-se vinhedos. Os vinhos da Bodega Pomar são produzidos ali. Provei uma garrafa desse vinho bom. Mas não tanto quanto os franceses. Aquele vinho Chinon do Vale do Loire que provamos em Paris era uma delícia. Saudades daqueles dias.
Conheci em Bogotá uma moça que viveu na Venezuela. Era uma médica psiquiatra. Falava para mim que a Venezuela estava mal. Que viu chavistas na rua com rólex de ouro no braço. Que não tinha soro nos hospitais. Que o chavismo e o socialismo bolivariano estavam levando a Venezuela para o abismo. Manipulação. Mentira.
Todo venezuelano que encontro fora de seu país fala que o país está mal. Mas não foi o que vi nos 4.000 quilômetros e quinze dias que fiquei nos país. Nesse intervalo de tempo e distância não vi mendigo nas ruas, ninguém me pediu esmola, não vi a informalidade e a marginalidade que vi na Colômbia.
No campo social a Venezuela está melhor que outros países sul americanos. Chavez pegou a grana do petróleo, mandou a burguesia para as trevas e investiu em políticas públicas e no combate à pobreza. Mandou a ALCA “al carajo” e investiu no social como todo governante tem que fazer.
Existe um mar de favelas em Caracas. Mas a Venezuela estava vivendo um momento social especial com o chavismo. A Venezuela manda petróleo para Cuba e a ilha manda médicos para atender comunidades carentes na Amazônia e nas periferias das grandes cidades.
Falei da Venezuela do Caribe e do Orinoco. Um abraço do Brasil até a França para você.