Sopro de Otimismo
Não é surto. Não é exagero. Não é desespero.
É uma constatação muito triste do significado vida.
É uma realidade nua e crua. Nem por isto, mais alegre. Triste.
Alguns dias atrás li um texto sobre a vida.
Na verdade, não me trouxe novidades, já que tenho vivência suficiente para saber que somos passageiros carregados de bagagens e de repente constatamos que as bagagens têm o peso proporcional ao tamanho da nossa sabedoria ou da nossa ignorância.
O problema consiste neste de repente...
De repente fez-se dias, fez-se meses, fez-se anos e nós, ou perdemos o caminho, ou retrocedemos ou até mesmo avançamos sem nos dar conta que todos os caminhos possuíam sinais vitais, mas a cegueira não nos permitiu enxergá-los.
Gosto dos otimismo e alegria exagerados que possuo. Eles sempre me mostram os dois lados da moeda. E minhas escolhas tendem sempre para eles. Porque é muito mais agradável sentir o perfume das flores, ver a Lua em qualquer fase e sempre me encantar por ela, do que sentir o cheiro do enxofre ou da fumaça sufocante que brota da casa ao lado.
A felicidade é utópica? Mas é tão bom receber um abraço e um beijo dos filhos, um telefonema de quem gostamos muito, um recado através do olhar, um aconchego na alma. Daí a felicidade deixa de ser abstrata. Torna-se concreta e dura horas, dias, meses e anos. Tudo isto me abastece.
Fico triste quando sei que a minha realidade é diferente de tantas outras. Que a vida tem outros significados daqueles que possuo. E daí me pego vendo um ingresso para um show imperdível, sem utilidade alguma.
Alguma coisa está errada. Estarei fora do contexto? Preciso descobrir.
Em resposta à carta Ataque de realismo da escritora Rose Stteffen.