Carta de Esperança 2

Niterói, 31 de Dezembro de 1998

Henrry,

Hoje é véspera de ano novo, só que não para mim, já que todos os anos se parecem iguais, esperando por alguma palavra tua que nunca chega. Dizem que é dia para se renovar as esperanças, fazer novos planos, esperar coisas boas em um ano que certamente será melhor do que o anterior. Porém quando acordo no dia seguinte, o céu continua o mesmo cinza e chuvoso, as pessoas continuam as mesmas, o emprego e o salário são os mesmos, a minha vida, meus planos e minhas esperanças, são exatamente as mesmas. Então o que esperar de mais um ano? Apenas você é o que eu espero. São mais 365 dias para olhar o correio passar por todas as casas, menos a minha. Mesmo assim não quer dizer que não espero por você. Mas às vezes sinto raiva, não sei se de você ou por eu não conseguir simplesmente virar essa página rasgada que você deixou em minha vida. Muitas vezes penso em desistir de te achar, mas não posso viver meus dias sem saber por que sinto essa dor que você causou. Ninguém merece sofrer sem nem saber o porquê. Se alguém esconde minhas cartas, com certeza deve ler. Será que não sente o meu desespero, poderia ao menos responder por você, de que está bem, nem que seja me mandando ficar longe, mas pelo menos me livraria deste peso que carrego há três anos. Espero que não tenha me esquecido em um canto qualquer da sua vida, não importa o que tenha acontecido. Eu nunca deixarei de te amar, muito menos te esquecer. Se você estiver feliz, aonde quer que esteja ou com quem esteja, viverei em paz.

Sua eterna,

Maryditte