Quanto tempo vale uma espera?
Quanto tempo vale uma espera?
Vou contar uma história...
Uma solitação de amizade, uma mensagem... A amizade.
Muitas conversas, sentimentos, desejos, medo, desconfianças, incertezas, brigas...enfim, aceitação...
Resolvemos tudo enfrentar...então, surpresa...nos venceram, perdemos a batalha...
Pensando que havíamos perdido a guerra...
A separação foi inevitável, distanciamento... o silêncio, ficar remoendo sentimentos, mastigando e engolindo aquele fel...
Muitos que se diziam "amigos" se aproveitaram do momento, alimentando a raiva, a mágoa, criando barreiras...praticamente intransponíveis...perdemos a força de tentar vencê-las.
Seguimos a diante, é o que restava...mas é como se diz...o mundo dá voltas...numa delas, estávamos frente a frente, resolvendo este embate, colocando cartas na mesa, esclarecendo coisas, situações, palavras e atos...
Foi difícil ouvir, difícil falar...mas, completamente necessário.
Percebemos que tudo o que nos foi falado, não batia... havia muitos desencontros e mentiras, falsidades e muita hipocrisias...
Pessoas que dizem que "ama" usando de armas para manter o controle, usando, cercando, construindo uma vida de mentira. Para isso tudo dar certo, era necessário que me mantivessem longe, sem contato, que você tivesse uma visão deturpada de mim.
Por algum tempo até conseguiram...mas, eis as voltas do mundo.
Eis nós aqui, novamente... frente a frente com tudo resolvido, sabendo de onde vem as setas que querem nos atingir, sabendo com quem pode contar, ou de quem se deve fugir.
Sabendo que sonhos não morrem, apenas adormecem, que num simples soprar reacendem.
Da mesma forma, o sentimento, quando verdadeiro não morre, as chamas podem ficarem fracas, quase apagadas, você achar que já nem te aquecerá mais...portanto, com uma leve brisa reacende de tal forma, que já não se pode lutar mais...
Não tem como resistir, você não tem forças para ir contra e nem se quisesse conseguiria.
Se vê entregue a tudo o que havia bravamente sufocado, mas lhe doía a garganta este sufocamento, sentia falta de uma parte de sí que por mais que tentasse matar, não conseguia.
Nos momentos mais inoportunos, eis que surgia uma lembrança, com ela o desejo de ter de volta, o coração batia mais forte, em pensamento gritava:
_ Aonde está você, que não está aqui comigo?
Eu ainda te espero,
Ainda te quero...
Tentava abafar estes gritos em seu interior, mas, eram tão altos e intensos, que eu os ouvi...ouvi você me chamar, senti seu toque, seu pulsar, seu amor...
Não tinha mais como negar, nem resistir, ou, tentar fugir...
Abaixei as armas, retirei a armadura e te disse:
_ Voltei, estou aqui...
Te senti,
Te ouvi...
Ouvi o seu chamado.
Tem coisas que não tem como se lutar, ir contra, resistir...são lutas perdidas.
Mas, em volta há aquela nuvem de setas, esperando nos acertar, lançando tudo o que podem para destruir, gritando desesperadas para serem ouvidas novamente, para terminarem de uma vez, o que não conseguiram.
Falam com lábios enganosos, mostrando os sorrisos e dizendo ser "amigas", minha definição de amigo é diferente, no meu entender, amigo é aquele que mesmo não concordando com você, vai te apoiar, vai dizer estou aqui, pode contar comigo...pode te dizer tudo o que pensa, falar que você esta errado, te apontar aonde está a falha e mesmo assim, permanecerá contigo.
Não aqueles que usam a amizade para te derrubar, ou, para fazer o que eles querem.
Passamos por fortes ventos, grandes batalhas...já batalhamos em lados opostos, hoje lutamos juntos, do mesmo lado, descobrimos que não perdemos a guerra.
Ganhamos a vida.
Cravo Canela