LIBERDADE
Depois de viver em um sono profundo
Como Dorian Gray em seu distorcido mundo
De uma falsa beleza e de um equívoco enredo
Entre risos e dores, mais forte era meu medo
Aquém da minha sensibilidade e desejo
Muitas vezes caí e entre outras me ergui
Porém a cada olhar na lâmina d’água da vida
Mais distorcida era minha tez reprimida
Fugia então, permanecia dormindo
Mas o tempo implacável zumbindo
Não se dorme eternamente de olhos abertos
Aos poucos entendi e mesmo entreabertos
Na mesma lâmina d’água foi meu espanto
Com esforço e com meus olhos cansados
Desta vez sem engano, conto ou ilusão
Me reconheci enfim naquela água límpida
Eu... sem o medo em minha face nítida
A tez ainda borrada não mais me afligia
Algumas vezes apenas refletia
A beleza e todo o meu encanto
Outras simplesmente nem tanto...
Mas agora não importa
Sou apenas EU... livre em meu encontro.