A quem me leu.
Devo dizer que faz um tempo que não ponho em palavras tudo aquilo que fui e pudestes ver. Tampouco consigo enumerar como algo meu, já que também faz tempo que mudei e não mais sou quem achas que eu seja. Engraçado como nada faz sentido dito assim, sem titubeios, sem explicações e sem “poréms”, porque jamais pensei dizer claramente que não sou a parte de ti que deixastes por aí desvanecida em um lugar qualquer.
O mundo é tão bonito que tu nem imaginas quando já não mais estou em teus braços caóticos e construídos por cartas de um castelo de mentiras. Não é tão ruim quando me entrego a danças completas onde me transbordo, nem tampouco vivo medindo palavras para não mais magoar-te e instaurar brigas totalmente desnecessárias. É interessante como os meus verbos soltos e leves abraçam verdades incorrigíveis de mim mesma que nunca pude te contar por medo do teu temperamento fútil e mesquinho.
Meus braços não precisam esperar certos abraços que não mereciam ser dados, e certas insinceridades por outrem transpassadas a mim, transbordando-me em uma negatividade que mal cabia dentro de meus abraços calorosos e sinceros. O mundo agora é tão bonito que nem imaginas.
Tão linda quanto o mundo sou eu. Eu e minha liberdade de ser quem sou, apesar de todos os traumas que todos os “tus” deixaram em meu coração que mesmo despedaçado vai se curando minuto a minuto e dizendo quem sou, como sou e porque assim estou durante o decorrer da caminhada que não é por uma dor ou outra que vai se acabar. Tão linda quanto o mundo é minha liberdade, essa sensação de poder ser quem sou porque nenhum dos meus fantasmas me alcança mais.
Então, se o livro que tu encontrastes por cá não condiz com beleza, tranquilidade e liberdade, quer dizer que uma nova edição saiu. Um novo livro, uma outra maneira de ver o mundo, talvez. Não o vejo mais acinzentado. Como já disse, o mundo é tão lindo que tu nem imaginas mais como ler-me.