Vá embora

Este seria um texto feminista a respeito de relacionamentos abusivos. Se seu namorado não te respeita, vá embora. Se ele te chama de louca e tenta te anular, vá embora. Se ele é um babaca - e você sabe que ele é um babaca - vá embora. Seria mais um texto bacana, mas, na hora de começar a unir as palavras, uma outra ideia me invadiu e eu mudei tudo. Vamos falar sobre vida e acomodação. Sobre como temos medo.

Se você se sente desmotivada, com medo, sente-se sem opções ou como se estivesse presa dentro de uma caixa, vá embora. Se você acha que já cresceu tudo o que tinha para crescer dentro do seu emprego atual, vá embora. Se está pensando sobre aquele casinho que você tem com a moça ou o cara da academia, e acha que um já ensinou ao outro tudo o que podia, vá embora. Não espere que o universo derrube uma árvore no seu carro, faça você perder seu voo ou leve alguém que você tanto considera. Simplesmente vá embora. Não espere uma coisa ruim acontecer para fazer uma coisa boa. Simplesmente vá embora.

Você não precisa se mudar, literalmente, mas se deixe ir. Deixe ir essa versão cansada de você, essa versão já saturada que precisa esvaziar o copo para aprender mais. Deixe ir a sensação de impotência ou então aquele sentimento de soberba. Sempre existem pessoas que acham que sabem demais, então lá vai, manchete: você provavelmente sabe menos do que acha que sabe. Teoria é muito bom, intelectual desenvolvido também, mas nada disso importa se você não trabalhar a prática. E a prática, meu amigo, é agir. Então, vá embora. Abandone os falsos amigos que te colocam para baixo, deixe aqueles romances medíocres que não te levam a lugar nenhum e só roubam sua energia. Corte relações pesadas e desnecessárias. Peneire, realmente, todas as coisas. Acabe com hábitos ruins, rompa com parentes que só sabem fazer você se sentir péssimo e aprenda a dizer não quando quiser dizer não. Vá embora dessa festa sem graça que se tornou sua vida sem que você percebesse.

Tire um tempo para você. Para pensar, para descobrir do que gosta ou simplesmente para dormir. O importante aqui, é sair do lugar. O importante é sair do óbvio e romper com esse sentimento de acomodação que tanto nos envolve. Não falo de rotina, falo do monstro por trás dela, que se chama mediocridade. Não seja mais ou menos. Não aceite nada mais ou menos. Se as palavras ditas acima fazem sentido para você, vá embora. Deixe o que te limita, e busque o que transcende. Você só precisa partir.

Mariana Almeida
Enviado por Mariana Almeida em 18/03/2017
Código do texto: T5945139
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