Seja feita a vontade de Deus
Carta à um irmão...
Estava feliz em estar novamente ali na Chácara, desfrutando a companhia agradável dos nossos familiares. Uma vez por ano pelo menos, esqueço a rotina louca, e me permito viver uns dias tranquilos naquele paraíso.
Estava absorta a olhar os cardumes na superfície do lago, quando percebi o nosso pai, organizando as varas de pesca logo abaixo do deck onde estava. Assim que me viu, fez logo um convite para pesca, neguei de pronto, pois tinha em mente algumas obrigações.
Tratei logo de soltar as pontas do avental, onde havia abrigado pães amanhecido, que dera aos peixes, e me dirigi a cozinha.
No percurso de volta, vinha matutando, como era incrível a ligeireza do tempo quando o preenchido com as inúmeras tarefas do dia a dia. Tantas coisas para ver, visitas a fazer aos amigos e parentes, e tão poucos dias me restavam... seria o último final de semana? Sim, infelizmente.
De volta aos afazeres domésticos, me lembrei que no dia seguinte, sexta-feira dia 28, estaríamos comemorando o aniversário de uma de nossas irmãs. Um clima de alegria já dominava o ar desde cedo.Os preparativos para a festa já estavam sendo providenciados, bem como a lista dos convidados.
No entanto, um outro assunto me preocupava, aliás, a família toda. A sua internação, numa Clínica para recuperação de Dependência Química.
O assunto já havia sido ventilado em outras ocasiões, mas sem grandes resultados, pois diante das promessas feitas por você, acabamos desistindo da ideia, confiando na força sua de vontade, que sempre se dobrou à primeira oportunidade.
Ao chegar na cozinha, vocês já estavam me esperando. Nossa irmã, sugeriu que a conversa sobre o famigerado assunto fosse logo debatida.
A história se repetia naquela manhã. Mais uma tentativa estava sendo empreitada a seu favor nosso irmão caçula e muito querido.
Durante toda a nossa conversa você esteve calado, apenas nos escutava. Cada qual revivia um “flash” passado em algum momento junto a ti, alguns negativos, com falsos juramentos, outros tantos alegres e bons de serem lembrados, sem contar com os inúmeros exemplos citados por todos, convergindo para o mesmo foco, ou seja, a recuperação da sua saúde, através do controle da bebida.
Foi difícil segurar a emoção em determinados momentos. Com o olhar distante, tu parecias ausente no assunto e no espaço. Mas sentiamos a tua angustia em tomar uma decisão.
Quando chamado à razão, exigiu-se de ti, um aceite diferente, consciente do bem que nós irmãos estavamos lhes propondo.
Com uma certa dificuldade e os olhos marejados, consentistes a própria internação.
Não sem angustia, após o almoço, fomos te ajudar na arrumação da bagagem, colocando cada peça de roupa ou algo que fosse indispensável para a sua estada na Clínica.
Já no carro a caminho do destino traçado, embora com o nosso coração em mil pedaços, procuraramos manter conversas agradáveis, mas a dor no peito se mostrava atravez das lágrimas disfarçadas furtivamente.
Se a ida foi difícil, muito pior foi a volta. Nem queiras imaginar. Pensavamos nas dificuldades que enfrentarias nos dias sequentes, sem o carinho e o aconchego do lar. Perguntavamos, como seria a sua adaptação ao novo espaço, aja vista ter seguido sempre a própria vontade.
Só após muito choro, conseguimos sublimar a dor da separação.
À noite, já mais calmos, reconhecemos que não seria fácil para você, de início, aceitar as novas regras, mas que, com o passar dos dias, tudo se acomodaria. Enquanto isso, fora da clínica, nós, enquanto família, estariamos apoiando o trabalho realizado, bem como e em preces, pedindo a Deus a graça pela tua cura.
Certo é que, cada um de nós, no repouso do nosso leito, todos os dias com certeza,estaremos com o pensamento em ti e em Deus. Assim sendo, que a última prece nossa e tua, seja sempre em agradecimento a Deus por mais essa oportunidade!
Beijos saudosos
Carta à um irmão...
Estava feliz em estar novamente ali na Chácara, desfrutando a companhia agradável dos nossos familiares. Uma vez por ano pelo menos, esqueço a rotina louca, e me permito viver uns dias tranquilos naquele paraíso.
Estava absorta a olhar os cardumes na superfície do lago, quando percebi o nosso pai, organizando as varas de pesca logo abaixo do deck onde estava. Assim que me viu, fez logo um convite para pesca, neguei de pronto, pois tinha em mente algumas obrigações.
Tratei logo de soltar as pontas do avental, onde havia abrigado pães amanhecido, que dera aos peixes, e me dirigi a cozinha.
No percurso de volta, vinha matutando, como era incrível a ligeireza do tempo quando o preenchido com as inúmeras tarefas do dia a dia. Tantas coisas para ver, visitas a fazer aos amigos e parentes, e tão poucos dias me restavam... seria o último final de semana? Sim, infelizmente.
De volta aos afazeres domésticos, me lembrei que no dia seguinte, sexta-feira dia 28, estaríamos comemorando o aniversário de uma de nossas irmãs. Um clima de alegria já dominava o ar desde cedo.Os preparativos para a festa já estavam sendo providenciados, bem como a lista dos convidados.
No entanto, um outro assunto me preocupava, aliás, a família toda. A sua internação, numa Clínica para recuperação de Dependência Química.
O assunto já havia sido ventilado em outras ocasiões, mas sem grandes resultados, pois diante das promessas feitas por você, acabamos desistindo da ideia, confiando na força sua de vontade, que sempre se dobrou à primeira oportunidade.
Ao chegar na cozinha, vocês já estavam me esperando. Nossa irmã, sugeriu que a conversa sobre o famigerado assunto fosse logo debatida.
A história se repetia naquela manhã. Mais uma tentativa estava sendo empreitada a seu favor nosso irmão caçula e muito querido.
Durante toda a nossa conversa você esteve calado, apenas nos escutava. Cada qual revivia um “flash” passado em algum momento junto a ti, alguns negativos, com falsos juramentos, outros tantos alegres e bons de serem lembrados, sem contar com os inúmeros exemplos citados por todos, convergindo para o mesmo foco, ou seja, a recuperação da sua saúde, através do controle da bebida.
Foi difícil segurar a emoção em determinados momentos. Com o olhar distante, tu parecias ausente no assunto e no espaço. Mas sentiamos a tua angustia em tomar uma decisão.
Quando chamado à razão, exigiu-se de ti, um aceite diferente, consciente do bem que nós irmãos estavamos lhes propondo.
Com uma certa dificuldade e os olhos marejados, consentistes a própria internação.
Não sem angustia, após o almoço, fomos te ajudar na arrumação da bagagem, colocando cada peça de roupa ou algo que fosse indispensável para a sua estada na Clínica.
Já no carro a caminho do destino traçado, embora com o nosso coração em mil pedaços, procuraramos manter conversas agradáveis, mas a dor no peito se mostrava atravez das lágrimas disfarçadas furtivamente.
Se a ida foi difícil, muito pior foi a volta. Nem queiras imaginar. Pensavamos nas dificuldades que enfrentarias nos dias sequentes, sem o carinho e o aconchego do lar. Perguntavamos, como seria a sua adaptação ao novo espaço, aja vista ter seguido sempre a própria vontade.
Só após muito choro, conseguimos sublimar a dor da separação.
À noite, já mais calmos, reconhecemos que não seria fácil para você, de início, aceitar as novas regras, mas que, com o passar dos dias, tudo se acomodaria. Enquanto isso, fora da clínica, nós, enquanto família, estariamos apoiando o trabalho realizado, bem como e em preces, pedindo a Deus a graça pela tua cura.
Certo é que, cada um de nós, no repouso do nosso leito, todos os dias com certeza,estaremos com o pensamento em ti e em Deus. Assim sendo, que a última prece nossa e tua, seja sempre em agradecimento a Deus por mais essa oportunidade!
Beijos saudosos