APELO
Apelo
Em vão meus olhos procuram os seus.É noite lá fora, onde estarias?De manhã uma gotinha de orvalho trouxe recado teu: gelado. Tão gelado que tive medo de ler . Covarde fugi. Lembro daquele dia como se hoje fosse. Você sorriu pra mim com um sorriso quase triste ,você sabia : chegara a hora.
Durante vários dias te observei minuciosamente, atenta. Você se desenvolvia mudando , mudando. Silenciosamente você esbanjava um grito de vida em tom uniforme .
Por sua vez,também estavas acostumada comigo,eu sei, embora parecias meio indiferente, concordo. A verdade é que nunca me enganastes. Tua aparente indiferença penso que era por saberes que eu te observava e não querias dar-se por entregue.
Mas, se me permite dizer fostes má, podias ter me dirigido um olhar mais amigo ,afinal foi o que nos tornamos!.Nosso silencio se comunicava eu percebi, e não me venhas com desculpas dizendo que me enganei,certo é que eu precisava te ti e tu precisavas de mim.
Naquele dia, você me olhou e um sorriso imperceptível te iluminou. Ao percebê-lo não imaginas a alegria que senti. Ah! Ingrata,por que partistes? Minha presença não era mais agradável?Por que não me fizestes notar que partirias? Nem calculas o vazio que me abateu a tarde quando te procurei e já tinhas ido, pra longe ,pro infinito ,não sei...
Outro dia você passou por aqui , foi uma passada rápida. Entretanto, meus olhos jamais te errariam. Estás deveras diferente um colorido especial te reveste. Na verdade estás ainda mais bela!
Mando pela brisa da noite este recado e quando o receberdes, não hesite venha me visitar. Sabe a folha que te serviu de abrigo? Também sentiu tua ausência, secou. Claramente percebo que não podes mais ficar por aqui,pois os dias te deram o sobrenome de Liberdade.
Mas ouça :por um instante só quero te ver! Venha encher meu dia de um novo matiz, imploro...