AS PALAVRAS
As palavras, elas são como se toda hora, fosse horas da paixão, da beleza.
Ah! o sofisma das palavras, eu as considero sagradas, e por mais que elas partam-me e sempre partem-me, gosto que venham na hora da paixão.
Sem caridade, sendo eu nesse outro, gosto que elas venham, enquanto arrumam, as minhas dançam um jogo de sorrisos e não, nunca é caridade, nem bondade, é real a desordem da minha inteligência. Não, nunca pude jogar o jogo do amor pela janela mesmo enquanto eu escrevia silêncios e em noites andava, sempre anotava o inexprimível, fixava as vertigens, criava todas as festas para o sorriso, inventava flores e novos astros e outros idiomas quando a letra chegava... Vestia-me de flores e reencontrava-as em toda parte, no ruído das cidades, à noite, e ao sol e sempre ao relento, ao menor ruído das visões e não as deixava sozinhas. Partir de outros afetos e rumores novos, pode ir longe, por que pela natureza mulher boemia, poema de infinito, e como encher a alma? com quem falará e pensará mais. Então siga pelas tardes azuis, pelos campos de trigais, sinta a frescura nos pés, a multidão de rosas, a neve, o mar, os buquês de todas as cores, as esmeraldas, e os finos cetins, continuará a palavra a ouvir nossos discos de cristais entre os cordões desses dias cinzas. Siga pelo tapete de filigranas douradas com esses teus olhos de prata, doa a farta cabeleira para a ser(pente) ser esse pequeno degrau.
Fico com a sensação de que a minha cabeça está nua quando não vens e quando não recebo esses teus beijos vertiginosos (nem sei como é um beijo desses rs).
S. Angel