DIREITO DE RESPOSTA ÀS TRÊS CARTAS DE AMOR...

Quando falou de amor, eu me lembrei que um dia você foi muito importante para mim. Um dia apenas; aquele em que me disse que eu era simplesmente a única em sua vida. Não conhecia você, nem mesmo sabia o que esperar ao lado de alguém cuja felicidade se dá tão momentaneamente.

Acho que a palavra mais certa para definir a sua personalidade é “volúvel”, e por isso não me permiti e ainda não me permito entregar-me ao seu amor. Não consigo me imaginar eterna na vida, mas em sua vida, não queria ser só um momento.

Lembrei-me também da saudade; saudade que um dia senti de você, de quando saía de perto de mim, deixando um rastro frio e vazio, e vagava silenciosamente pelos campos enevoados da sua própria imaginação. O fato é que te via como um homem que nunca estava satisfeito com o que tinha em suas mãos. E eu, já estava envolto nelas, e você nem percebia, parecia querer mais.

Não falo aqui de traições baratas, pois a carne é uma criança indefesa e desejada. A carne é o veículo de entrada para saciar a sede apenas da paixão. Eu não sou paixão; sou amor incomensurável e farto de energia. Sou tudo o que você queria.

Lembrei-me também da solidão, mas essa, eu entendo que é sua parceira inseparável e não me atrevo a comentar tamanha febre, tamanha doença.

Por último, lembrei-me de você, tal qual um animal ferido e sem ninho, que nas noites mais frias do ano, perde o rastro e o seu caminho.

Tenho ainda amor para te dar, mas não darei.

Tenho ainda a saudade incutida no peito, que me faz lembrar dos teus beijos e do cheiro do teu perfume, mas a ti não cederei.

Tenho ainda a solidão, que também ronda a minha alma, e deita ao meu lado na cama; a mesma em que você deitou um dia, mas por ti não chorarei.

Você sabe quem eu sou? Então me diga, como já disse um dia...

Sou sombra, sou até luar.

Ave na paisagem que te faz brilhar.

Sou miragem diante do teu olhar

E então, eu não sou mesmo assim?

Aquela, que mesmo na distância, pura culpa da tua insegurança, para sempre irá te amar.

Mas, não te darei o direito da resposta, jamais!

O Guardião
Enviado por O Guardião em 01/08/2007
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