Caminho só...

Você soltou a minha mão, depois de prometer que não soltaria.

Soltou minha mão e me deixou perdida no meio das flores que plantamos ao longo do nosso caminho.

E agora, elas estão murchando, perdendo a cor, o perfume.

Nosso jardim está preto e branco.

Estou aqui, sentada no meio fio, acompanhada por sonhos que não fazem mais sentido, pois estão caindo aos pedaços sem a energia que colocávamos neles.

Você soltou minha mão e é tão profundo caminhar sozinha.

Tenho conhecido pessoas andando por aí.

Elas me assustam e meus olhos cada vez mais se apagam, pois quem os fazia brilhar, soltou minha mão.

A cada pessoa estranha que atravessa meu caminho, te maldigo por isso, por me deixar aqui, em meio a tanta gente que não cabe em nenhum dos planos que fiz para mim.

Pessoas que não cabem em uma foto polaroid e nem em um bangalô de Porto de Galinhas.

Você soltou minha mão e sinto que meus dedos não se encaixam em mais nenhum entrelaçamento de dedos, com a mão de mais ninguém.

Você tinha tudo que eu gostava, menos coragem.