"Sacó la muerte de mi vida", quem era eu para não acreditar?

Eu, que sempre acreditei no amor, vi-me caído em prantos no chão e sem saída. Não era possível ser mais uma vez derrotado nessa guerra de sentimentos onde tudo o que fora entregue de melhor que havia em mim não servira para nada. Vi-me totalmente perdido e sem saída, vi-me imperfeito dentro de um poço que parecia ser tão profundo que eu nem mais enxergava a luz. Mas quem era eu para não acreditar?

Amor é escolha, é atitude, é ação; não um mero sentimento que, um dia, pode vir a acabar. Erra quem pensa assim, erra quem deixa de agir em amor, quem deixa de amar, quem deixa de lutar: quem não luta, não ama.

Eu, que sempre fora o mais forte que podia, vi-me desligado deste mundo louco, frio, tolo e sem cor. Sentia que era hora de partir, queria fugir para qualquer lugar onde conseguisse respirar sem aparelhos, onde conseguisse tocar o céu sem tirar os pés do chão. Mas tudo o que acontecia prendia-me dentro do meu próprio abismo e eu não conseguia escapar daquelas velhas correntes que me prendiam. Eu precisava fugir, não sabia como. Mas quem era eu para não acreditar?

Eu, que sempre escrevi as mais belas canções, vi cadernos e cadernos manchados com palavras de dor e molhado pelas minhas próprias lágrimas: eu não conseguia mais sorrir. Meus textos sangravam comigo a cada verso, a cada período, a cada palavra. Sentia uma dor como se fora uma adaga enfiada em meu coração, ele insistia em bater mesmo quando eu pedia para que parasse. Mas quem era eu para não acreditar?

Um dia, daqueles que chegam sem avisar, alguém estendeu a mão para dentro daquele poço profundo. Ela não tinha medo de cair, ela não tinha medo de nada. De repente, como chuvas imprevistas de verão, ela regou o que sobrara destruído daquele jardim e encaixou perfeitamente em meu quebra-cabeça. Não sei quantas peças faltam para sermos felizes, mas o que montamos até aqui tem trazido vida a uma parte de mim que havia morrido há muito tempo. Quando nem acreditava mais, você chegou e fez morada aqui. Espero que fique, espero que queira ficar, espero que queira sorrir comigo. E, mesmo que parecesse o fim para mim, vi que poderia ser apenas o começo de tudo. Afinal, quem era eu para não acreditar?

Helton Grunge
Enviado por Helton Grunge em 19/12/2016
Reeditado em 19/12/2016
Código do texto: T5857807
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