Fala do amor, fala do que restou
A ferida ta aberta e tende a continuar assim por um bom tempo.
Convenhamos que mesmo que ela um dia se feche, eu ainda sentirei o gosto de tocar na dor e saber se a intensidade é a mesma.
As cicatrizes serão eternas.
E a gente vai correr pra rua quando a tempestade inundar, correr com brilho no olhar, vamos correr e fazer com que as lagrimas se confundam com a chuva. Ainda encontraremos prazer em nos molhar.
Ainda iremos perder em alguns momentos o controle tentando se superar, nos superar, ou apenas superar.
O sentimento conturbado permanecera por um bom tempo, e talvez esse tempo seja eterno.
O amor é nostálgico as vezes.
Essa confusão de raiva, amor e sei lá o que vai fazer qualquer metabolismo desobedecer, vai te causar enjoo.
Sinto muito por tudo isso!
Andaremos por lugares de rotina e eles passarão a transmitir uma insegurança maior, causarão dor nos passos.
Eu sei, eles machucam.
Aquela esquina, aquela parede que nos encostamos, aquele elevador que descemos juntos e abraçados, aqueles palcos que juntos contracenamos, aquela areia que juntos caminhamos de mãos dadas e até mesmo aquela comidinha japonesa você vai evitar por um bom tempo.
Eu só espero que o tempo seja mesmo o fator que dará cores novas aos nossos dias.
Espero que possamos ir a todos esses lugares com outras pessoas e assim fazer nascer novas histórias para cada um desses lugares, histórias essas que não machuque tanto quanto agora.
Esquece, não leia o livro em que eu relato a nossa historia.
Não me leias mais
Eu sou essa confusão!
E então, depois que um tempo passar eu não estarei mais aqui
A nossa versão não mais existirá
Mas tudo nos fará somar
Confiante no tempo que nos transformará e fará com que o verde se torne amarelo pois a esperança é mesmo um mero
Mero prazer em amadurecer
E assim acharemos a razão pela qual nos tocamos, ou não.