MÁ QUALIDADE NO ENSINO PÚBLICO BRASILEIRO (E PARTICULARMENTE NO DF)

[Resgatado de algum momento incerto de 2005, quando cursava o terceiro ano. Alterado em algumas partes. Publicado no blog pela primeira vez em 17/07/2008.]

É incontestável o teor da matéria publicada pelos senhores. Na sociedade auto-proclamada moderna e laicizada o “brilhante” governo deveria se preocupar não com cem, dez ou dois (o outro seria a Saúde), mas essencialmente com um pilar de sustentação a perpétuo prazo da nação: a educação de alto nível. Não é o que se vê desde a primeira série do Ensino Fundamental até a terceira do Médio, nem mesmo no pretensamente revolucionário governo de esquerda em plena era da Globalização.

Conforme mostrado em artigo da semana passada nesse semanário, a situação é crítica e, pensando-se com bom senso no problema, sempre ficará como está: os políticos precisam de eleitores ignorantes para abrirem seu leque de votos.

Com palhaçadas como a Reforma Universitária (Reuni) eles tentam fazer um prédio deixar de ruir pelo conserto de seu topo, e não da base já toda trincada. O grande mal está lá no princípio: professores que não correspondem ao título de licenciatura que lhes foi concedido (dão aula de outra disciplina), calendário risível cheio de feriados, conteúdo programático defasado em relação aos principais vestibulares, excesso de trabalhos e poucas provas, exames na maioria das vezes objetivos – jamais discursivos –, diretoria que não respeita os alunos e crê que a máquina burocrática do aprendizado tem de ser a mesma de antigamente e sobretudo um sistema sem fiscalização do emprego dos recursos, inscrito no modelo “de cima para baixo”, em que a liberação das verbas é deficitária, acarretando, em última instância, em salas de aula antiquadas, imundas e odiadas pelo estudante. O foco da educação não deveria ser a sala de aula? Pois bem: inverte-se o caso, de modo que o cafezinho dos funcionários esteja sempre quentinho.

Que pai, senhores, em sã consciência, colocará o filho no ensino da Fundação quando tem dinheiro para fazer o contrário? É ainda mais lastimável que a capital, com acesso direto aos recursos federais e com uma maior obrigação de ser exemplo, viva o mesmo dilema que qualquer cidadezinha do interior. Pais, aposentai mais cedo para que possais dar um complemento aos fracos estudos de vossos filhos! Tête-à-tête: a solução emergencial! Embora quem tenha tido buracos em sua formação não vá deixar de perpetuá-los...

Rafael Aguiar,

Brasília-DF

(exercício de “carta argumentativa”. Não disponho do texto-fonte dos argumentos)

Rafael Cila Aguiar
Enviado por Rafael Cila Aguiar em 18/11/2016
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