Carta para Selma - Metrópole das Lágrimas

Querida Selma,

Onde está carta a encontrará eu não sei. Porém espero que em uma aventura bem longe, em seu mundo peculiar. Não quero causar alardes mas não fui honesto em minhas últimas palavras ditas, não desejei preocupá-la creio que talvez eu tenha vivido tempo demais com segredos e me tornei dependente deles para ser sociável. Eu nunca fui o mesmo depois dos fatos que ocorreram, estive deprimido me recusando a sair da minha fortaleza, das barreiras criadas por minha mente e coração. Estava imerso em um tipo de letargia não saudável, imerso em algo como minha própria tristeza.

Sobre o meu amor, não tive mais notícias dela fazem alguns anos. Acho que resolveu desaparecer da minha vida, sinto sua ausência intensamente como um vazio que corta e corrói. Se eu acreditasse em palavras velhas, talvez clamaria por ela mais já não faço isso. Talvez fosse ela a causa dos meus problemas e da minha falta de erudição, talvez isso tenha se agravado ainda mais, logo após ela partir para sempre deixando a eternidade em meu peito, tornando minhas esperanças em um longo e escuro corredor sem fim.

Fiz coisas na minha vida por razões que pareciam certas e até morais em sua violenta imoralidade. Todavia fico esperando em modo standby, esperando algo que eu não sei o que é. Mas por favor não tema por mim, pois temo por mim mesmo. Os velhos monstros se foram, as velhas maldições caíram em silêncio e se a minha alma imortal está perdida, algo ainda permanece... Eu permaneço.

Os sinos tocam e todos se enlutam se calam em um silêncio ensurdecedor, minha cidade se transformou na metrópole das lágrimas.

- “Estalem os badalos e icem as velas pois a ventania vem forte e a chuva não para de cair”.

Então assino com esperança, como sempre com amor.

P.S:

Matheus Lacerda
Enviado por Matheus Lacerda em 13/11/2016
Reeditado em 13/02/2017
Código do texto: T5822567
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