Ouvindo outro tambor
Somos em algum momento considerados idiotas aos olhos de alguém. Ou loucos, “hereges”, “pecadores” ou mesmo dependendo da orientação intelectual ou religiosa do nosso observador, “fora da realidade”. Mas vale a pena, afinal pensar “fora da caixa” tem como benesse o despertar da consciência, algo que maledicência alguma tira de quem a busca. Dizia o filosofo Henry Thoreau, “se um homem marcha com um passo diferente de seus companheiros é porque ele ouve outro tambor”. Portanto destoar dos outros para nós “os idiotas”, para nós que somos peças redondas tentando se encaixar nos buracos quadrados do mundo, é a garantia de que estamos no caminho certo. Pior seria ser considerado um merda por um bosta, mas ser considerado um idiota por um imbecil completo até que não é tão ruim assim.
É comum nos depararmos com pessoas que pensam que as coisas são únicas, dogmáticas, ou maniqueístas (pensar que os bons vão ser sempre bons e os maus sempre maus). Esse é o efeito mais nefasto de ter uma espiritualidade moldada por regras: tornar-se um ser humano muito limitado, alienado e por vezes preconceituoso e intolerante. Do tipo de gente que é falso moralista e não tem a mínima disposição para aceitar pessoas com pontos-de-vista diferentes do seu.
Não é uma questão de ser bom ou ruim, de ser arrogante ou humilde, num mundo onde as pessoas só enxergam o que as separa e não o que as une, poder olhar para o que todo mundo está vendo, mas pensar em coisas diferentes já é um inequívoco sinal de “sucesso existencial”.