...e eu tentei recomeçar...

Tentei de certa forma, me livrar daquilo que era errado.
Errado?
Amar é errado?
De certa forma sim.
Amar daquele jeito sofrido, daquela maneira doentia é errado, pois é cruel comigo e contigo.
Fiquei atenta aos sinais, nas entrelinhas, nas reticências da vida.
Percebi que é mesmo cruel, amar de maneira louca e resolvi te arrancar de uma vez, libertando o meu peito de toda a forma de amor que pudesse existir.
Olhei com outros olhos, me coloquei em outro lugar e verifiquei que a cada passo que eu dava, dois me puxavam para trás.
Foi um exercício doloroso.
O corpo sofria muito com o desespero da alma, que apesar de ciente de tudo, ainda chorava por tua falta.
A cada dia, a cada semana, a cada mês, as consequências de uma decisão me fazia acreditar que o caminho era esse. Eu necessitava me afastar.
Quando me dei por mim, meu peito estava vazio, cheio de espaço, numa dor imensa por não ter tua existência.
Procurei dentro de mim, tuas lembranças.
Achei um papel amassado, escrito, borrado por lágrimas de dor.
Era um sinal, que a minha falta também te fazia lembrar de mim.
Então a tua voz sussurrou no meu ouvido, me fez dizer coisas , recordar momentos, e eu chorei.
Chorei a dor da realidade que eu procurei e percebi que aquele amor doentio havia ficado no passado e hoje, depois de tanto tempo, percebi que o amor verdadeiro ficou, a gratidão de belos momentos ainda lembrados, nunca sairá da memória e que aquilo que me fazia mal, por ser tão cruel, hoje me faz bem.
Como é bom sentir-me feliz por ter amado, por ter vivido, por ter abraçado um amor por tanto tempo.
A lembrança hoje, que me faz tão feliz, se faz presente e me deu coragem de escrever uma carta, onde abomino qualquer tipo de dor e me sinto tão plena com o amor que vivi.
E você me pergunta: como ficamos então?
E eu te respondo, ficamos como o Sol e a Lua: Você me aquecendo com teu brilho, com tua luz, com teu poder de sedução e eu te iluminando quando as trevas quiserem alcançar teu coração.
Te amar, foi e é a melhor coisa que me aconteceu.
Ainda te amo.

Um abraço cheio de amor

PoderRosa.

PoderRosa
Enviado por PoderRosa em 25/10/2016
Reeditado em 27/11/2021
Código do texto: T5802440
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