Uma carta para Alecxander.
Amor, queria lhe dizer estas palavras, olhar nos seus doces olhos azuis e tocar seu rosto alvo. Sentar ao seu lado e ver seu dedilhar no piano, ou tirar acordes do violino. Queria dizer sobre minhas conquistas, sobre o sol pulsante que vibra em meu peito quando faço a doação de amor. Falaria demoradamente do pôr-do-sol mais lindo que vi e das noites solitárias na qual a lua veio me fazer companhia. Da emanação dos meus pensamentos em sua direção, do colorido róseo e puro do meu amor por ti. Da falta que faz de nossas conversas estranhas, de nosso sorriso fácil. Do abraço demorado, do beijo único, da sensação de conforto. Vou de encontro á ti no jardim das rosas eternas. São das cores champanhe e brancas, as amarelas são fofas em conversas alegres com as margaridas. Existem também as bromélias, as orquídeas que são beijadas constantemente por pássaros de plumagem verde azulada. As azaleias são tão formais, mas de beleza sem igual. Recosto na pitangueira repleta de frutos e um pequeno pintassilgo confiante de boca cheia com o pequeno trunfo. O lindo lago onde abrigam as carpas coloridas e formosas em seu calmo trajeto neste paraíso no além. Meus pensamentos são banhados por sua voz calma e seu jeito dócil e feliz. O bailar das folhas das árvores contrastam com o bater no meu peito ao recordar-te. Poderia caminhar por horas neste recanto de bênçãos e o tempo não seria um vilão, sim um amigo. Eu desejo com ardor que estas palavras te alcancem e lhe façam recordar a plenitude de se amar com esperança. Nada de cobranças, só recordação. Algo assim tão puro e inocente não se perde nas eras. Imortalizo nestas letras todo o sentimento que brota simples e contínuo em meu peito. Morrerei por vezes no adormecer e reviverei no brilho do sol cada momento nosso. E no final, sem o rubro da face de antes, diria: amo-te! Sabes que é pra você.