PAI

Desde a infância, ainda menina eu já entendi que a música era parte de mim, e tu "Nessa longa estrada da vida" me mostraria que não apenas sentiria a emoção de tuas raízes latentes em ti, como me motivarias a também me expressar e sentir meus sentimentos através delas.

Em teu colo, ao lado do meu irmão, tímida e orgulhosa cantava Tonico e Tinoco e aquele tal de "Pitoco era um cachorrinho que ganhei do meu padrinho numa noite de natal..."

Em meio a aplausos, tu sentia-se feliz com nosso "talento" camuflado pela simplicidade e meiguice de ser criança.

Com o tempo algumas me marcaram muito, e chorosa que sou me emocionava com a história triste e bela do "Menino da Porteira".

Confesso meu velho pai, que também chorei de raiva com algumas delas, que de tão ardidas na sofrência, eu apenas ria e ao teu lado entendia o que era cumplicidade.

Lembro ainda, que desde a adolescência muitas vezes ao som de "Um fio de cabelo comprido em meu paletó" cantaríamos até hoje embalados pela nostalgia que faz parte de nós.

Meu pai, hoje em teus 73 anos de vida, agradeço o amor que sempre demonstrou por nós, teus filhos, e ouvindo "Filho Adotivo" lembro das lágrimas, do sentimento intenso e tão dolorido que esse belo poema em forma de música nos faz sentir.

Enfim, de Milionário e José Rico, Tonico e Tinoco, Sérgio Reis, Almir Sater, Chitãozinho e Xororó entre tantos outros que prefiro não comentar...embalaste minha vida com belas músicas de raiz e com certeza "Saudades da minha Terra" será aquela que sempre fará meu coração chorar de alegria...e emoção.

E usando uma frase final, emprestaria de João Paulo e Daniel...

Pai "Eu adoro amar você!"

Feliz Aniversário!

Sua filha, Adriana Barreto Borges