Desculpa, moça!
...desculpe meu jeito de falar, moça!
É que teu riso me desconcerta e tropeço em todas as palavras!
Desculpe meu jeito de te querer, é que os anos passaram sem aviso para o coração e ele ainda acha que te conheceu ontem! Quem arranja briga com fatos passados, é a cabeça com sua razão indecente!
Desculpa meu jeito de te esperar, moça!
É que meu caminho fica tão sozinho sem você, que meu coração não aceita substituição, só quer a paz do teu abraço!
Parece criança birrenta quando tentamos substituir o bichinho de pelúcia encardido, mas que tem tanto amor ali, tanta segurança, tantas lágrimas naqueles pelinhos já gastos, que quem está fora, não entende o não querer um bichinho novinho!
Desculpa a insistência de te amar assim, moça!
É que ainda não inventaram remédio para isso!
Mas se um dia não quiseres mais o meu amor, desculpa, moça, mas meu coração terá que ser feito pó, para não ficar pedaço inteiro de você aqui dentro, para aí então se reconstruir e restar só uma vaga lembrança de que você passou por aqui e o pó precisará de alguém que regue e adube a terra, o pó que ficar, para então nascer outra flor nos escombros de mim!