Lapelas
A cor do dia surge sobre os edifícios...
Sombreiam pensamentos e seus artifícios...
Descascam cores nas paredes e nas mentes...
O ponteiro do sol cobre cor e aço em seu calor...
As janelas cantam nas manhãs e venezianas com seus vitrais...
Cheiros madrigais em óleos de cafés ao invés das relvas seculares...
Vasos e azaleias disfarçam seus concretos frios...
Jacarandás e perobas em suas dobradiças raízes eram sombras protetoras...
Hoje muralhas conciliadoras de seguranças em seus clãs...
Suas fés...
Suas criações...
Prepotências e pré-conceitos, são pré-primários...
Constroem destruindo...
Paradigmas e suas epidermes...
Num canto qualquer de dor, num canto dos olhos rola a gota que não difere a cor...
Nem seu vento respira cores...
E a morte não é colorida, somente a vida com sua mão pinta sua noite em dias...
De amor...
Somos descendentes incandescentes..., de luz.
E carvões molhados...
Igualmente pelas chuvas...
As noites nos protegem com seu manto...
Enxugando nossas lágrimas sem cor, nas calmarias de seu descanso...
Somos iguais, com uma única diferença...
Ainda guardamos o lenço branco da paz nas lapelas das guerras...