A Charlotte VII - O triunfo da morte!
Minha querida Charlotte,
Sabe Deus por que fui eu o infeliz a ter estado naquele local, dia, manhã, hora, minuto, maldito segundo!
Sabe Ele, por certo, que fui o infeliz mais feliz desse mundo!
Ah, Charlotte... Que um segundo ao teu lado vale a qualquer um uma vida, um segundo tendo a ti é o desejo de qualquer mortal; e por que também não dos anjos?
Mas quando é passado esse segundo, graciosa Charlotte, sentir-se-á qualquer ser como estou a me sentir já há algum tempo depois de tua partida;assim capaz de enxergar a morte tão perto, de se render tão facilmente ao desespero tenaz que tenta, de todas as formas, triunfar na mente já bastante deteriorada por solidão, tristeza e indomável saudade! Mas, se por ti, até a tenebrosa morte é bem vinda, querida Charlotte. É um fim comum a quem te amou e a quem ainda te amará!
Mas não te culpes por essa chacina de amantes, tu apenas assinas as obras com teu nome, enquanto nós, subalternos de teu amor, nos ocupamos de todo o deprimente resto.
Sentirei saudades, eternas saudades... Adeus, minha preciosa Charlotte!
Seu eterno Lord Solrac.
João Pessoa, 07 de julho de 2007.