A Charlotte VI
"Ah!
Minha querida Charlotte,
Basta de sofrer, de capengar cego sem vislumbrar os raios de sol. Há tempos que não respiro as virações da manhã, nem cortejo a serenidade da noite;sendo bem verdade que desconheço quando é dia e quando é noite. Isso já não me importa, adorável Charlotte!
Minha fragilidade, em todos os aspectos da vida, migra para uma atitude que muitos menosprezam, mas que eu, particularmente, defino como o maior ato de libertação e coragem do ser humano; libertação de uma vida de martírio, coragem por partir sem ti!
Uma vida sem gozar de teu amor? Tal destino é vil!
Minha afável Charlotte, creio que já possas supor o que minha mente desiludida anseia com afinco, e receio que seja irrevogável esse meu pesar...
Seu Lord Solrac.
João Pessoa, 29 de junho de 2007.