Amor passional.
São duas horas da madrugada e não consigo dormir. Vou escrever uma carta para ela.
Onde mesmo coloquei o caderno de notas? Ah! Aqui está. Preciso arrumar este meu quarto, ou me mudar para uma outra pensão, descente é claro. Que doido! Estou começando a falar sozinho.
Querida. Não melhor não começar por querida. Melhor meu amor. Assim também não: já são seis meses de separação. Maria como você está. Estou escrevendo por que sinto muita falta sua. Não. Melhor não escrever isso, se escrever ela vai pensar que estou gamado e enfraqueço minha posição. Quero saber noticias da sua família e sua. Todos estão bem? Estou com saudades. Melhor não escrever que estou com saudades; melhor dizer você esta bem. Já me esqueceu? Pergunta cretina. Melhor ir direto ao ponto: está namorando outro? Esqueceu-me rápido, em! Quer saber de uma coisa. Melhor escrever a verdade. Escrevo esta com os olhos cheios de lágrimas. A letra esta tremula como pode notar, simplesmente porque não agüento viver sem você. Não agüento mais.
Volta pra mim, pelo amor de Deus. Aquela garota foi um acidente na minha vida. Não considere traição: não existia amor. Foi puro sexo. Por favor, volta pra mim, se não eu me suicido.
Agora vou tentar dormir. Amanhã no correio enviarei um telegrama no lugar da carta que seria mais romântico, afinal a mensagem ficou tão resumida. Mas, ele é mais rápido e pode provocar o lançamento de um torpedo de um celular que curiosamente foi presente meu.
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