Carta de amor ou ódio a Eduardo
Caro Eduardo,
As vezes sinceramente me pergunto qual o problema com você que só consegue se enxergar de maneira distorcida.
Eu sei, eu sei, você tem miopia e faz piada disso o tempo inteiro. Mas querido, miopia não é cegueira. Então por favor, refaça este caminho tortuoso e olhe de novo para você, isso mesmo, olhe de novo.
Pego-me muitas vezes pensando em como me sinto com relação à você. A analogia mais próxima a qual cheguei é que amo-te como Julieta amava romeu e odeio-te por alguns segundos como Catherine odiava Heathcliff.
Ao escrever esta carta imagino-me gritando em plenos pulmões as seguintes perguntas: "Homem como podes achar que estar longe ti me faria qualquer bem, quando acordo fazendo planos e incluindo-o em cada detalhe chato deles. Como podes achar que te ver indo embora faria qualquer bem a este meu espírito atormentado? Principalmente, como pode achar mesmo por um mísero segundo que você não é bom?"
Como consegue ser tão cego com relação a si mesmo? Diga-me como pode ver algo de bom em mim e olhar para ti e ver uma imensidão de ruindade sendo que somos tão iguais que chego a me assustar?
Algo está errado nesse seu raciocínio, pois ou eu sou uma pessoa terrível, ou você é uma pessoa incrível. Resolva este impasse e chegará a mesma conclusão a qual eu cheguei, a de que somos idênticos demais em nossa loucura.
Em meio ao amor ás vezes chego a te odiar. Odiar por unicamente cogitar me deixar.
Talvez eu seja realmente uma garota apaixonada e boba. Assumindo o que sou, exijo que assumas o que é, a melhor pessoa que já passou por esta minha vida.
Sempre sua,
Lilith