Carta de amor ou ódio a Eduardo

Caro Eduardo,

As vezes sinceramente me pergunto qual o problema com você que só consegue se enxergar de maneira distorcida.

Eu sei, eu sei, você tem miopia e faz piada disso o tempo inteiro. Mas querido, miopia não é cegueira. Então por favor, refaça este caminho tortuoso e olhe de novo para você, isso mesmo, olhe de novo.

Pego-me muitas vezes pensando em como me sinto com relação à você. A analogia mais próxima a qual cheguei é que amo-te como Julieta amava romeu e odeio-te por alguns segundos como Catherine odiava Heathcliff.

Ao escrever esta carta imagino-me gritando em plenos pulmões as seguintes perguntas: "Homem como podes achar que estar longe ti me faria qualquer bem, quando acordo fazendo planos e incluindo-o em cada detalhe chato deles. Como podes achar que te ver indo embora faria qualquer bem a este meu espírito atormentado? Principalmente, como pode achar mesmo por um mísero segundo que você não é bom?"

Como consegue ser tão cego com relação a si mesmo? Diga-me como pode ver algo de bom em mim e olhar para ti e ver uma imensidão de ruindade sendo que somos tão iguais que chego a me assustar?

Algo está errado nesse seu raciocínio, pois ou eu sou uma pessoa terrível, ou você é uma pessoa incrível. Resolva este impasse e chegará a mesma conclusão a qual eu cheguei, a de que somos idênticos demais em nossa loucura.

Em meio ao amor ás vezes chego a te odiar. Odiar por unicamente cogitar me deixar.

Talvez eu seja realmente uma garota apaixonada e boba. Assumindo o que sou, exijo que assumas o que é, a melhor pessoa que já passou por esta minha vida.

Sempre sua,

Lilith

b bezerra
Enviado por b bezerra em 27/07/2016
Reeditado em 27/07/2016
Código do texto: T5710983
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