A Charlotte V
Minha querida Charlotte,
Pois se os dias já me nutriam a esperança da morte, que direi, eu, desses meses torturantes?
Como definha meu peito por tanto, de saudades, arfar, esmorece também minha alma que no teu tempo cantava a vida num arco-íris de júbilo!
Ah, Charlotte! E por ser tão fiel ao nosso amor meu coração é cego a qualquer pretendente, visto que, a ele, mais apraz o martírio que deitar-se em leito sem teu perfume, sem tua presença... E quem sofre por sua conduta impenitente é minha felicidade, que há tempos anda desfalecida!
Mantenho-me por uma força sobrenatural, minha graciosa Charlotte, cuja fonte desconheço; apenas suspeito que seja do meu verdadeiro amor por ti...
Seu Lord Solrac.
João Pessoa, 20 de maio de 2007.