A Charlotte V

Minha querida Charlotte,

Pois se os dias já me nutriam a esperança da morte, que direi, eu, desses meses torturantes?

Como definha meu peito por tanto, de saudades, arfar, esmorece também minha alma que no teu tempo cantava a vida num arco-íris de júbilo!

Ah, Charlotte! E por ser tão fiel ao nosso amor meu coração é cego a qualquer pretendente, visto que, a ele, mais apraz o martírio que deitar-se em leito sem teu perfume, sem tua presença... E quem sofre por sua conduta impenitente é minha felicidade, que há tempos anda desfalecida!

Mantenho-me por uma força sobrenatural, minha graciosa Charlotte, cuja fonte desconheço; apenas suspeito que seja do meu verdadeiro amor por ti...

Seu Lord Solrac.

João Pessoa, 20 de maio de 2007.

Carlos E S Dantas
Enviado por Carlos E S Dantas em 19/07/2007
Reeditado em 10/10/2009
Código do texto: T570566
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