Pensamentos Aleatórios
É engraçado que normalmente após um dia feliz eu sou tomado pela escuridão, no meu corpo ressoa o vazio e a dor, a ausência de um ser, cada entranha de minha alma dizendo: "Ainda falta".
É engraçado como a escuridão absorve cada força do meu ser e me torna escuro, me apaga, me alumia das mais diversas sensações de nego, me faz zero logo após me sentir cem, me faz inútil, imprestável, negro, sombrio, sem voz, sem vontade, sem sentido, sem cor, sem sabor.
Ainda falta, mas falta o que? Tantas idas e vindas, tantos vai-e-vens, tanta, tanta, mas tanta confusão. Tantas lágrimas derramadas, tantas histórias, tantas tentativas, para que?
Quanto mais eu luto para me fazer cheio, mas parece o vazio, incomoda, agonia, machuca, porque vazio?-porque ausência? Porque? Porque? Porque tantos porquês? Porque as coisas não são mais simples? Porque não pode haver uma fórmula mágica para desaparecer com os seus problemas? Porque a sensação de estar na direção errada? Porque se agora está tudo dando tão certo o sentimento de tudo tão errado?
Porque? Porque? O que está acontecendo na minha vida? o que está acontecendo com quem eu sou? Quem eu sou? Após tantas idas e vindas incomoda, incomoda a ausência de ser, de querer, a falta de
essência, a falta de sentido. A falta de ser, de saber, de querer...
Eu sempre segui meu coração, sempre fiz o que quis, lutei subi briguei, caí, caí, caí, me machuquei, fui e voltei várias e várias e várias vezes, como uma criança teimosa, mas continuei fazendo tudo de coração, a cabeça pulsando, o coração bate e bate e bate, todo dia, por igual. A vontade sincera de tudo e tudo, nunca desistir, até o fim o tempo todo.
Morrer, nascer, morrer renascer, morrer ressucitar, morrer e morrer e morrer, já morri tantas vezes numa vida só? Já me tornei tantas pessoas diferentes, tantas histórias diferentes, no fim é tudo tão confuso...
As coisas tem fim, as pessoas tem fim, dificilmente fica alguma coisa, não importa o quanto haja amor, não importa o quanto não haja, não importa o quanto se tente, se releve, se perdoa, se permita, se proíba, se limite, se prive, se restrinja, se liberte tudo é sempre tão consumível, tão descartável.
Só não acaba a incerteza de todos os dias da vida, de não saber o amanhã, quem virá, quem irá, incomoda. A incerteza do que é realmente importante pra você porque tudo aquilo que parece realmente importante acaba se diluindo como poeira em meio ao mar, sem rastros, sem motivos, sem um mínumo de condição de algo para reconstruir. Como alguém que tem seu prédio demolido várias e várias e várias vezes.
Tudo acaba, nada tem real valor, as pessoas não são aquilo que gostaria, o coração não encaixa, A alma não encaixa, não sou daqui, porque estou? Não estou aqui, porque sou?
Incomoda, tudo incomoda, tudo machuca, tudo bagunça, a cabeça é uma salda só, o que fazer, o que sentir o que pensar?
Tudo é vazio, tudo é nada, tudo é oco, tudo é dor, vazio, como alguém perdido numa cidade aquém, como alguém que partiu sem volta pro além. Vazio que consome, que apaga, que escurece, vazio que engole e desaparece.
Vazio que é dor, por favor, apenas suma de mim.