Já que não respondeu, abri a gaveta!
Oi, como vai?
Passado alguns dias, percebi que esqueceu a gaveta do seu quarto aberta, você não tinha costume de fazer isso, sempre a via trancada.
Hoje ao entrar em seu quarto, senti a vontade de abri-la.
Posso?
Pergunto, porque sei que não gosta que mexam nela, todas as vezes que eu chegava perto você me empurrava. E eu nunca entendia o por quê de tanto aborrecimento por causa de uma gaveta... Mas eu sempre respeitava suas maluquices. (Risos)
Não vai me responder?
O que tens nela?
O por quê de tanto mistério?
Será que brigarás comigo, caso eu abra?
...
Muitos papéis, nossa!!. Só isso?! Mas, por que se irritar. Aff só você viu!!!!
...
E por achar que sempre temos um pouco mais de tempo, é que hoje estou aqui pra tentar me desculpar.
Um dia eu queria te abraçar tão forte e pedir perdão pelas coisas que eu disse ou deixei de dizer. Sei que eu não soube esperar do seu jeito, é que cada um tem um jeito diferente de amar... Sabe aquele amor que eu pensei ter morrido, não morreu! Adormeceu, enquanto esperava você voltar pra mim. Fiquei um pouco perdido, andei por outros caminhos e todos eles me levavam a você. Mas, por medo e covardia, eu nunca pude me declarar, e você sempre do meu lado, pronta para o que der e vier... "Ei estou aqui, viu?!" Era essa a sua frase mais dita...
Desculpe, não consegui vencer o tempo...
Agora sabes o que guardo nesta pequena gaveta, sim são papéis. Pequenos bilhetes que nunca tive coragem de entregar a você, pode ler, são seus... São escritas de um amor, deixei-as trancadas numa gaveta porque sempre achei seu coração corajoso demais, para um amor tão covarde, quanto o meu.
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Mesmo sabendo o que cada bilhete dizia, eu sempre fazia as mesmas perguntas e sempre lia o primeiro bilhete... era esse o nosso segredo. Um amor nunca dito. Mas, que fora vivido de alguma forma.
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