CARTA SOBRE OS PRESOS

Olá,

É sobre esse grupo excluído da sociedade, os presos, que neste dia gostaria de falar.

Muitos dos que cumprem pena nos presídios desse país cometeram crimes terríveis, bárbaros e cruéis, diria até que imperdoáveis aos olhos de Deus, caso o arrependimento não aconteça ainda durante a vida terrena, pois do contrário contará apenas com a misericórdia do Criador, Este sim, o único, verdadeiro, justo e reto juízo. Acredite nisso!

Esses precisam ficar quites com a sociedade e, depois, reconstruir a vida fora dos muros da prisão. Sabendo que nessa nova etapa as dificuldades se apresentarão, vez que o rótulo acompanha o ex-detento aonde quer que ele vá. Exige, portanto, dos que cumpriram suas penas muita vontade de vencer e de não repetir os erros que os levaram a perder o direito de ir e vir.

O cumprimento de uma pena passa tanto pela punição do Estado como quanto à satisfação da sociedade e ainda a necessidade de ressocializar aquele indivíduo infrator, para que possa mais tarde retornar ao seio da sociedade sem representar risco. Temos consciência das reais condições em que se encontram os centros prisionais do Brasil. A situação dos presídios país afora é tão deplorável, que eles parecem mais com as masmorras da Idade Média, com raríssimas exceções, mas ainda cometendo erros primários em seus porões, colaborando para que esses homens saiam ainda mais revoltados e agressivos do que no início do cumprimento da pena imposta.

De outro modo, existem também os presos que estão em regime fechado por causa da prática de crime de menor potencial ofensivo, a exemplo daqueles que furtaram com o objetivo de alimentar filhos, esposa e a si mesmos, além dos casos de erro judicial em que inocentes cumprem pena por algo que não cometeram, confundidos e acusados por testemunhas, vítimas de falhas no processo, ou presos como culpados para dar uma resposta rápida`sociedade, entre outras tantas injustiças, submetendo-se à privação de um bem precioso, a liberdade de um inocente. Não é difícil vermos exemplos na mídia de pessoas que permaneceram por anos a fio cumprindo uma pena que não era para si; outros, após cumprirem suas penas, continuaram aguardando por decisão judicial para ganhar a tão sonhada liberdade e nova oportunidade de viver em sociedade. Essa liberdade ou é tardia ou nunca vem.

Não ter condições financeiras de custear uma defesa justa, tem por consequência ficar à mercê do Estado, um Estado que muito exige do povo brasileiro em impostos, entretanto se mostra um péssimo gestor da coisa pública, engessado em seus entraves burocráticos e incapaz de agir com rigor e com justiça.

Viver numa dessas situações, quer de inocente apenado, quer de quem já cumpriu a pena e ainda aguarda liberdade, transforma o algoz inicial em vítima de um sistema excludente, em que não são ouvidos e poucos se importam com sua condição.

Nesse descaso permanecem como se não existissem e, a tão esperada liberdade continua como um sonho distante. Não pode o Estado, por incompetência ou insensatez, lançar quem não é culpado atrás das grades, tampouco esquecer quem já cumpriu com sua dívida junto à sociedade pelo crime cometido, reduzindo-os a uma insignificância que fere a dignidade humana quando os julgamentos não são céleres e/ou justos.

ATENÇÃO! Revolte-se e não tolere que aflijam e imputem a um inocente um crime que o mesmo não cometeu. Isso é ultrajante!

Já teve conhecimento de algum fato desse tipo?

DEUS É BOM!!!

João Carlos Lima Ferreira
Enviado por João Carlos Lima Ferreira em 04/06/2016
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